sexta-feira, 29 de abril de 2011

Chanchada

   Espetáculo onde se predomina o humor ingênuo, burlesco e popular, com toque malicioso e até mesmo picante. Mistura de comédias musicais, filmes policiais, ficção científica e humor trash. Apesar de ser considerado pela crítica vulgar e grotesco, o gênero foi bastante popular no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, sucesso de público e símbolo do cinema nacional.
   As obras traziam astros das rádios, como a Carmen Mirando e Francisco Alves, além de ter popularizado a dupla de comediantes Oscarito e Grande Otelo. Usando de linguágem acessível, as chanchadas não só usavam do humor, como também denunciavam as mazelas sociais. Anedotas e o jeito malandro de falar e se comportar, tipicamente carioca, se embaraçavam com o uso de caricaturas norte-americanas.
   A primeira fase das chanchadas é o período das comédias mudas; porém, quando a fala chegou ao cinema, uma enorme gama de musicais foram produzidos, dando início, assim, a segunda fase, com obras carregadas de música, encenação e cenário carnavalesco. A terceira fase do gênero, Os Carnavalescos de Atlântida, foi um período em que a companhia cinematográfica começa a abraçar também os musicais.
   Sua quarta fase configura-se na pura chanchada e todos seus aspectos que a caracterizam: o uso do mocinho e da mocinha, do ator cômico e do vilão, cenas com toques de mistério, lutas e final feliz. Os musicais carnavalescos dão lugar ao tom debochado, dedicando-se às paródias a filmes norte-americanos e a política brasileira.
   A última fase das chanchadas é o que se pode chamar de chanchadas B, quando outras companhias de cinema começaram a produzir filmes do gênero, mas sem conseguir alcançar a qualidade técnica das obras de Atlântida. A Herbert Richers surgiu como a rival da Atlântida e inundou o pais com suas produções. As histórias repetitivas, os bordões exagerados, falha na fotografia, na sonoplastia e na montagem, levaram a crítica a repudiar as chanchadas, apesar disso, o gênero continuava a fazer sucesso entre o público.
   Inspirado nas comédias italianas e filmes europeus, surge na década de 1970 as pornochanchadas, um reflexo da revolução social que se fomentava, provocando a liberação dos costumes. Surgida em São Paulo, as pornochanchadas misturavam o erotismo numa produção super trabalhada em estética. Apesar de não haver cenas de sexo explícito, a censura da época o comparava a filmes pornográficos, retalhando alguns filmes e criando algumas exigência.
   Filmes repletos de nudez e palavrões, ganhou grande visibilidade e se tornou popular, sendo produzidos por produtores independentes. Muito lucrativas, as pornochanchadas lançou alguns nomes como o de Sônia Braga, Antônio Fagundes, Reginaldo Faria e Vera Fischer.
   Além da chegada do cinema novo, que trazia uma faceta mais politizada, o próprio desgaste do gênero das chanchadas o fez perder espaço. Porém é hoje considerado o período mais quantitativamente produtivo do cinema nacional.




Feito com ajudinha dos amigos da Wikipédia e da Mundo Estranho

6 comentários:

  1. Adoreeei!

    Eu nem entendo nada de chanchadas, mas acho que iria gostar, sobretudo, dessa fase carnavalesca. Adoro a Carmem, adoro as cantoras de rádio. No minha playlist junkie eu usei um videozinho que eu adoro de um filme que, pelas descrições do seu texto, deve ser uma chanchada.

    Ah, Emile, eu pensava que naquelas pornochanchadas (aquelas do Canal Brasil) tinham cenas de sexo explícito. Então quer dizer que não é explícito? rsrs

    E essa foto da Carmem tá tão linda que eu coloquei como plano de fundo do meu desktop, hihi.

    Beijão. Post lindo!

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  2. Nossa, bem interessante rs
    sinceramente não sabia muito sobre isso, ou quase nada.

    Ótimo post =)

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  3. Eu falando assim, até parece que sou super conhecedora de chanchadas. Não gente, eu só vi alguns poucos filmes, li várias coisinhas, talz rs

    Que bom que gostaram, mesmo :)

    Luz, olha, eu não tenho certeza do explícito e como caracterizá-lo rs, mas eu acho que não é não. Bom, o fato é que, mesmo que eu esteja errada, há uma considerável distância entre as pornochanchadas e os filmes pornôs, e a crítica da época colocavam tudo no mesmo balaio.

    Beijo beio ;)

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