quarta-feira, 26 de outubro de 2011

2º Comendo, conversando e postando

   Discussões políticas, questionamentos amorosos, relacionamentos, filosofias de vida, lembranças de infância e adolescência, livros, filmes, receitas, projetos para o futuro. O que não faltou foi assunto para o segundo Comendo, conversando e postando, encontro entre as três blogueiras mais talentosas-na-cozinha do Brasil de Camaçari: eu, Magnólia, dona do 2 Altos, e Deise, do Sete Faces.
   Pra começar, deliciamos uma lasanha quatro queijos, feita por mim minha tia. E, de sobremesa, um doce de goiabada com leite condensado dos deuses, feito por Deise com a colaboração de sua querida mãe.
   Pronto, agora era a hora do filme: O Rei Leão. Esse clássico da Disney marcou a infância 90, e comigo não poderia ser diferente. Tanto que chorei quando Mufassa morreu e Simba ficou sozinho. Mas, vamos combinar, qualquer pessoa com coração doce fica, no mínimo, abalada com esse filme. Nossas carinhas assistindo pareciam de criancinhas encantadas.
   Depois do filme findado e da gente recuperadas da emoção, fomos comer a torta búlgara feita por Meg pela mãe de Meg, uma delícia de chocolate meio amargo, com direito a estrelinhas colorida e creme de leite. 
   Um encontro cheio de comidas deliciosas, filme lindo, conversas supimpas e companhias adoráveis. Esperemos então pelo próximo episódio.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Oi, quero ser seu amigo de infância

   Pessoas inconvenientes que simpatizam com sua pessoa (?) e por isso resolvem ser suas amigas pra sempre, ou que simplesmente são sadistas e têm o prazer barato de te irritar. Pois é, conheço muito, conhecimento do nível que dava pra escrever um artigo. 
   Essas criaturas são como praga, estão em todos os cantos, em cada esquina, em cada fila de banco, sala de espera de dentista, ponto de ônibus, enfim; onde houver vida, pode ter certeza, há um ser chato que vai te irritar, e sobretudo estes, que insistem em estabelecer uma conversa, mesmo que você não esteja disposto a isso. E posso dividi-los em três tipos, vamos a eles:

1. Que horas são?
   Esse tipo não chega a incomodar, talvez seja apenas uma indicação que você transmite simpatia (?). As interações costumam ser 'por favor, poderia me dizer as horas?' ou 'como é que eu faço pra chegar na Rua Onde o Vento faz a Curva?' Coisa simples, que não me aborrece nem nada. 

2. Vamos fazer um abaixo assinado
   O tipo dois também não chega a me incomodar, mas me deixa um tanto desconcertada, admito. É aquela gente que tá no ponto de ônibus com você, e, percebendo a demora do transporte, diz 'A gente tem que fazer um abaixo assinado pra melhorar a situação'. Ou então aquela pessoa que tá na fila do banco e fala 'Deviam colocar mais atendentes, isso é um absurdo'. Por sinal, são nesses lugares que conhecemos as pessoas mais engajadas e reacionárias desse mundo.

3. Você mora onde?
   Chegamos ao tipo odiado, temido e irritante. É aquela gente que senta ao seu lado no ônibus e quer saber sobre toda a sua vida. Me impressiona a disposição em que esses seres têm em se tornar seu amigo de infância. Querem saber seu nome, sua idade, pra onde você vai, que curso você faz, qual semestre você está, onde você mora, onde trabalha, o que gosta de fazer nas horas livres, qual o tamanho do seu sapato. E digo: me dá medo.  Esse tipo é aquele que você deseja o mal pra sempre, que te importuna e que, infelizmente, sempre encontramos por aí.

domingo, 16 de outubro de 2011

Do saudosismo ao futurismo

   Entre as ladeiras de pedra, os casarões coloridos e a vida agitada de Olinda, região metropolitana de Recife (PE),  cinco jovens criavam uma das mais bem conceituadas bandas do novo cenário alternativo nacional. O ano era 2001, Felipe, Marcelo, Samuel, Vicente e Chiquinho formavam a Mombojó, uma mistura de indie, rock alternativo e manguebueat.
   Creio que a maioria que lêem esse blog conhece e sabe do que eu tô falando: letras nonsenses, calmaria, som trabalhado, voz carregada de harmonia e sotaque. Mas tudo isso é pra construir o ambiente, venho mesmo falar de dois CD's da banda, o nadadenovo e Amigo do Tempo.


   Lançado em 2004, nadadenovo foi o primeiro álbum do grupo pernambucano e contêm 15 faixas. Uma mistura, sonoridade que parece ter sido construída com cuidado; cada batida, cada distorção, cada teclado: tudo parece ter sido montado com precisão. Até mesmo o som monofônico de um celular tocado sem querer na hora da gravação parece ter sido de propósito, casou e ajudou a elaborar a música. O disco é pura poesia, cheio de riffs, sons dedilhados, bossa nova, toque charmoso do manguebeat. Destacam-se as músicas Deixe-se Acreditar, Faaca, Merda e Nem Parece, por sinal, as duas primeiras, um dos poucos momentos enérgicos do CD.


   Já em 2010, Mombojó lançou o Amigo do Tempo, seu terceiro álbum. Com uma banda muito mais madura, nesse trabalho o grupo não deixa de lado o rock alternativo, mas o manguebeat cede espaço para as batidas eletrônicas. São sintetizadores afiados, sons inorgânicos, uma linguagem muito mais pop do que a antiga obra do grupo olindense. Notoriamente, um trabalho muito mais ambicioso, que não se detêm as canções melódicas e arrisca-se a uma nova roupagem, mas que não perde a linha. Apesar da diferença clara dos dois discos, facilmente percebemos, trata-se da mesma banda, com a mesma disposição, mas em tempos diferentes.
   Se em 2004 eles nos apresentavam a fluidez das vozes suaves, os sons quase nostálgicos; em 2010 Mombojó acelera, eis as batidas sequenciadas e eletrônicas do futuro.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Música em Ação: outubro rosa


- Quando: 30 de outubro, às 17h
- Onde: Mega Star (Praça dos 46 - Camaçari)
- Quanto: R$10
- Bandas: Edy Vox, Ladrões Engravatados, Psicopop, Reggae Steady, Gruta Sound System, H-Drix (SSA)


Realização: Cabeçativa Produções

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Onde mora a liberdade

Voar, ser um grande artista, muito rico, encontrar a pessoas que sentimos falta. Nos sonhos tudo isso é possível, sem muito esforço, nem nada.
É um espaço paralelo, no qual não existem leis físicas, barreiras, fronteiras, limitações ou gravidade. Elfos, sereias, monstros, fadas: todos existem, convívem, se misturam.
Muitos podem dizer que é tudo irreal e imaginário. Mas é de sensações que eu estou falando.
Amores, desejos, medos, angustias; o impossível transforma-se em factível e palpável. Nos sonhos somos muito mais nós mesmos do que nunca, é lá que mora a liberdade.

sábado, 1 de outubro de 2011

Curto e grosso: Sobre A Árvore da Vida, Cisne Negro, Água para Elefantes e Carne Tremula

   Um dos filmes mais esperados de 2011, A Árvore da Vida nos faz acreditar que o cinema estadunidense pode, sim, fugir de todos os clichês hollywoodianos e alcançar a maestria. Não é um filme pra se ver comendo pipoca ou pensando em se distrair, é pra sentir, assistir com a alma. No meio do turbilhão de cenas nonsense e extremamente admiráveis, Terrence Malick conta a história de uma família tradicional, com um pai autoritário e machista que descarrega todos os seus infortúnios em seu filho mais velho. Através da subjetividade, A Árvore da Vida disserta sobre a relação de pai e filho, ou melhor, de criador e criatura; desde 'a origem do mundo', até o que seria 'o fim dos tempos'.  

   Um drama intenso, inquietante, denso e eficiente. Cisne Negro afirma-se como uma das obras mais comentadas do ano com sua complexidade e cenas encantadoras. A história de uma jovem e frágil bailarina, que alimenta uma compulsão quase doentia pela perfeição, e por isso, mergulha num universo imaginário, sombrio e conflituoso. Porém, o grande confronto de Nina é com si mesma, que precisa vencer seus medos e obsessões. A bem sucedida obra de Darren  Aronofsky encanta, sobretudo, pela fotografia exuberante.

  O velho romance aguado e sem graça: é o que podemos dizer de Água para Elefantes. A história por trás do romance, talvez o faça um pouco mais tragável. Um circo cujo dono extremamente autoritário e arrogante destrata funcionários e maltrata animais; um jovem abandonado pela vida que, por acaso, começa a fazer parte da Companhia dos Irmãos Benzini, causando reviravolta na vida daquele circo. O insosso filme, que traz o inexpressível Robert Pattinson como ator principal, não cativa, tampouco emociona.

   Mais uma vez Almodóvar me seduz. E é esse o clima de sedução que Carne Tremula apresenta. Para Victor, um romântico e inocente, Elena foi sua primeira mulher; mas para a jovem, ele foi apenas mais um com o qual se envolvera. Insistente, o rapaz entra no apartamento de Elena, o que resulta numa briga trágica; não sabendo ele, que o episódio o marcaria para sempre. Quatro anos mais tarde, Victor, Elena e os dois policiais que interviram na briga do casal estão com as vidas totalmente reviradas, mas um reencontro entre os personagens faz voltar a tona o conflito daquela noite fatídica. Amor, sexo, obsessão, tragédia: é isso que Carne Tremula traz, através de cenas cruas e de um roteiro extremamente eficiente.