terça-feira, 21 de junho de 2011

Meme literário

A dona do 2 Altos me desafiou. Mas não foi pra nenhum duelo não, e sim pra responder mais um questionário, dessa vez sobre livros. Confiram:


1 - Existe um livro que leria e releria várias vezes?

Pequena Abelha, que, por sinal, estou relendo.

2 - Existe algum livro que você começou a ler, parou, recomeçou, tentou e tentou e nunca conseguiu ler até o fim?

O Primo Basílio, dizem que é bom, mas toda vez que tento ler eu acho enfadonho.

3 - Se pudesse escolher um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?

Toda Mafalda, de Quino.

4 - Qual livro gostaria de ter lido, mas que, por algum motivo, nunca leu?

Henrique, de Állex Leila. Nunca li porque ainda não o encontrei a venda.

5  - Qual livro leste cuja 'cena final' jamais conseguiste esquecer?

Não é querendo copiar o de Deise não, mas o final de O Mundo de Sofia é inesquecível.

6 - Tinha o hábito de ler quando era criança? Se lia, qual era o tipo de leitura?

Sim, por sinal, mais do que hoje. Gostava de poesias e crônicas. Destaco o livro Catarina Malagueta que li quando tinha dez anos.

7 - Qual o livro que achou chato e mesmo assim leu até o fim? Por quê?

O Mexicano, de Jack London. Porque era pra fins escolares.

8 - Indica alguns dos teus livros preferidos.

Pequena Abelha, de Chris Cleave
O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder
Os livros de Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle
Um Presente para Cláudia, de Carlos Heitor Cony
Dez Dias de Cortiço, de Ivan Jaf 
O Mistério dos Cinco Estrelas, de Marcos Rey
A Ladeira da Saudade, de  Ganymédes Jose
Toda Mafalda, de Quino

9 - Que livro está lendo neste momento?

Então, tô relendo Pequena Abelha.

10 - Indique cinco amigos para o Meme Literário.

Sintam-se a vontade em responder.

domingo, 12 de junho de 2011

Alternative-se

De todos os santos, cantos e ritmos
Cena alternativa ganha destaque e invade a programação cultural de Salvador


Por Emile Lira, Irani Nogueira e Vitor Andrade


A fama de “Bahia de todos os santos, encantos e axés” é velha conhecida. Assim cantou Moraes Moreira, em Chame Gente, clássico do carnaval baiano. Mas o atual momento artístico do estado, sobretudo de Salvador, permite que se faça um pequeno acréscimo: além de todos os santos, encantos e axés, a Bahia é também de todos os cantos e ritmos.
Mesmo tendo o axé como maior referência musical do estado, é no circuito de música alternativa que mais surgem novidades que ganham destaque na rotina cultural da cidade. O que começou como um movimento tímido, se fortaleceu e invadiu as casas noturnas, ruas, e becos de Salvador.
“A cena alternativa na Bahia já cresceu bastante. Nunca as cidades do interior dialogaram tanto com a Capital e vice-versa. O estado hoje tem diversos festivais, bandas de várias cidades que circulam e trocam tecnologias entre si” conta Cássia Cardoso, representante regional do Circuito Fora do Eixo. O projeto se trata de uma rede de trabalhos formada por associações ou coletivos responsáveis por fomentar a cultura, através da circulação e intercâmbio cultural dentro da sua estância (que pode ser municipal, estadual ou nacional). Apesar da autonomia para escolher a forma como trabalhar, geralmente os coletivos funcionam através da organização de núcleos internos responsáveis pela comunicação, articulação e distribuição de produtos (CD’s, camisetas de bandas, etc.).
O crescimento e estruturação do circuito viabilizou o surgimento de casas de show com programação voltada apenas para eventos de música alternativa. Na maioria dos casos, os espaços contam com apresentações de diversas bandas locais – desde grupos que estão começando, aos mais conhecidos pelo público.
Outro aspecto que aponta para o crescimento da cena é o aumento no número de festivais organizados para dar visibilidade e premiar grupos independentes. Entre eles, O Desafio das Bandas e o Arena 1 têm o objetivo de divulgar a produção musical de bandas independentes e favorecer o reconhecimento de novos talentos pertencentes ao cenário musical alternativo da Bahia. Para o estudante e fã do circuito, Wesley Sacramento, 20 anos, “a presença dos festivais contribui de forma grandiosa para a divulgação dos grupos. O público tem a oportunidade de conhecer o trabalho de outras bandas. Isso fortalece o cenário, é um movimento bacana”. 
Na hora de apontar ferramentas que contribuíram para o destaque da cena, a opinião é quase unânime: a internet foi fundamental para chegar ao que se tem hoje. Aliado às produções cada vez mais freqüentes de videoclipes, o meio virtual permitiu uma divulgação extensa dos trabalhos. Dessa forma, o público começou a ter contato com o que essas bandas produzem, através de sites como o MySpace, YouTube e Palcomp3, usando a tecnologia a favor do compartilhamento da obra.
No entanto, alguns problemas ainda são visíveis. Para Alex Góes, cantor e dono da antiga casa de show Boomerangue, a dificuldade gira em torno do baixo retorno financeiro por conta dos ingressos baratos que dão acesso às festas. Alex acredita que “esse fato faz com que os empresários tenham um risco maior, e conseqüentemente, produzam menos eventos”. Além disso, ele alerta para a falta de espaço e mídia especializada. Flávio Guerra – vocalista da banda Ladrões Engravatados – acredita que ainda falta uma profissionalização do mercado alternativo: “Não acredito muito no crescimento de estrutura, ainda somos muito amadores. As bandas que se organizam para tentar realizar alguns eventos, mas ainda a falta de apoio é muito grande” revela.
Léo Brandão, baixista da banda Maglore, defende que a mídia já tem dado mais destaque à cena, e acredita ser mais um benefício trazido pela inserção do trabalho dessas bandas em ambientes virtuais. “É uma tendência natural das mídias convencionais (rádio, TV, jornais impressos) buscar a interatividade, e quando elas pesquisam o que o público tá consumindo, o que sai é aquela banda que mais se esforçou em divulgar o seu trabalho. A abertura dessas mídias ao mercado independente é inevitável”.

Todos os cantos – Se no inicio, muito se falava sobre a hegemonia do axé, creditando ao gênero parte da responsabilidade pela falta de espaço para o surgimento de novas manifestações musicais, hoje a opinião começa a mudar. “O Axé music é um exemplo de organização, temos que nos espelhar no lado positivo”, defende Pablício, presidente da associação Cooperarock – projeto que visa desenvolver e divulgar o trabalho das bandas de rock e da cultura independente de Camaçari.
Defensor do termo “Cena Preferencial”, o produtor cultural e radialista André Simões se define como regionalista incurável e viu nascer o ritmo carnavalesco há mais de 25 anos. “A música baiana cresceu em uma direção, mas há uma infinidade de outras. Há algo novo e devidamente estruturado em Salvador que já está sendo reconhecido. Quanto mais nos preocuparmos com um gênero somente, menos dedicaremos tempo ao crescimento de outros”, defende.
Vocalista e baixista da banda Declinium, Oreah enxerga um circuito mais planejado: “O lance hoje tá bem mais organizado, mas eu acho que isso é resultado da persistência de algumas bandas e produtores, e do interesse da galera de conhecer coisas diferentes”. Fato é que as mudanças são visíveis, e felizmente, para melhor. Muito ainda se tem para fazer, mas sobre o futuro, a visão é otimista. Para André Simões “os grupos e artistas independentes foram à luta e criaram maneiras de se conviver com a dificuldade em mostrar o que se produz. Este resultado virá. Ou melhor, está vindo!” finaliza.



Mas o que é música alternativa?


            “Música alternativa é um gênero que não tem muito espaço na mídia e um público diferenciado” define Flávio Guerra, vocalista da Ladrões Engravatados. São artistas e bandas que se sustentam de forma independente, sem recorrer à grande mídia ou a produtoras renomadas. Mais do que isso, música alternativa é experimentação, é apostar no novo e naquilo que muitas vezes não é comercial.

Estrelas alternativas


            Mas não é só na cena local que a música alternativa se destaca. O grupo olindense Mombojó tornou-se referência da música independente nacional. A banda, que tem três discos gravados, já ganhou prêmio de melhor grupo musical (pela Associação Paulista de Críticos de Arte) e foi indicada como revelação (no Prêmio Rival BR), melhor clipe de MPB e melhor clipe do ano (ambas no Video Music Brasil, promovido pela MTV).
            Outra banda que conseguiu a fama sem precisar recorrer a grande mídia foi a Móveis Coloniais de Acajú. O grupo brasiliense é sinônimo de música alternativa brasileira. Com quatro discos gravados, a banda já se apresentou nos Festivais Porão do Rock, Bananada e no Feira Música Brasil.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quebrando paradigmas: é rock em todos os cantos

   Som preciso, seguro e bem conduzido: foi assim que se apresentou a Declinium, no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Salvador Shopping. A música carregada de melancolia da banda combinou muito bem com o ambiente, fez a platéia acompanhar as canções e admirar com entusiasmo o show um tanto diferente do grupo. Mesmo que sentíssemos falta da disputa feroz para ficar frente a frente com a Declinium, o que sempre rola nos sons do quarteto, Oreah, comandando os vocais, conseguiu externar toda a energia inerente a banda.


   Mas quem depois subia ao palco foi a feirense Clube de Patifes. Lideradada por Pablues, a banda apresentou um show impecável, construído minuciosamente. A gaita desenhava o blues rock, as músicas balançavam o público, o palco se enchia de vibração. Os patifes fizeram bonito, mostrou que no interior também tem rock, e se depender do grupo, rock muito bem feito. E o som também abraçou o lugar, se misturou entre as cadeiras teatrais, embriagou os presentes, surpreendeu quem a via pela primeira vez.


   E quem foi que disse que ao rock só resta os porões, garagens e bares undergrounds? A Declinium e a Clube de Patfies provaram que o tal do rock n'roll também combina muito bem com livros.  


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Inteiramente humano

Era com olhar cabisbaixo que ele olhava entre uma fresta de luz, essa luz quase perdida entre a obscura sociedade. Ele era gente como eu e como você, era pessoa completa, nem meio, nem nada, era por inteiro gente, era totalmente humano. Mas estranhava o desapontamento que causava naqueles que eram gente pela metade. Os rostos que olhavam pra ele às vezes gargalhavam, causavam-lhe vergonha, outras vezes gritavam ofensas, causavam-lhe dor.
E não era que isso acontecia só com ele, não, não, era com vários, com aqueles que ousavam ser diferentes. Parecia que a diferença era doença crônica, parecia até que somos todos iguaiszinhos. É engraçado até, como aquela gente pela metade pensava, pensava que a cor mais clara era motivo de superioridade, achava que o gênero era razão pra se sentir mais poderoso, dizia por aí que sua conta bancária poderia compra tudo, espalhava mundo afora que sua aparência abria todas as portas.
E essa historia foi se espalhando, ganhando boca do povo, ganhando rua e viela, e até a gente inteira já não se achava completa, preto começou a sentir vergonha de sua cor. Essa história foi longe, correu, correu, correu cidade, correu vila, fugaz, arisca, danada, história mal contada conseguiu encharcar pensamento humano, conseguiu apagar a metade dos homens.
E hoje em dia como é que anda? Meio aqui, meio acolá. Esse papo é meio brabo, mas é preciso ser cutucado, com vara curta, de preferência, que é pra ele se desenrolar. E ele, que olhava pela fresta de luz começa a perceber que essa luz ganha mais força, é um sinal, de que o mundo está a caminho de um lugar mais claro, sem escuridão nem nada, sem idéia errada de gente que não é inteira.
E sabe por que essa gente não é completamente gente? Porque pessoa humana, que tem carne, osso, alma e coração, não cospe palavras feias, não exclui nem violenta, essa gente que é metade é porque tá faltando a outra metade que tem emoção. Qual o problema de ter outra cor? Qual o problema de não crer em seu deus? Qual o problema de ter outra forma de amor? No fundo, essa gente toda sabe que não há problema nenhum, não é errado ser diferente, o que falta é esse saber aflorar, extrapolar o lado plástico e puramente mecânico. 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Comendo, conversando e postando

   Eu e cozinha fomos feitos um pro outro (mentira), nós nos amamos muito e desse amor já saiu ótimos resultados (meia mentira). Ok, vamos as verdade: a única coisa que eu faço na cozinha e sai bem feito é bolo (de receita pronta mesmo, tá) e sorvete. Mas minha incapacidade como cozinheira não me deixou de fora do Encontro do Ano, sim, o encontro gastronômico mais esperado de todos os tempos: o Comendo, conversando e postando! 
   Quando conheci uma moça chamada Magnólia, a achei um tanto inusitada, sobretudo porque ela tinha mania de quebrar objetos, e sujar mesas de biscoito. O que eu não esperava, era que a tal da Magnólia, com todo seu espírito desastrado, pudesse se sair bem na cozinha. Foi o que eu descobri quando ela começou a postar no 2 Altos  várias receitas com cara de muito boas. E como eu só acredito vendo, digo, provando, tivemos que elaborar um tal encontro para saber se era tudo verdade.
   Mas nesse magnífico evento, também não podia ficar de fora Deise, a menina inteligente dona do Sete Faces, um blog super que supimpa e cheio de coisas legais. Bom, ela não posta receitas no blog, mas me encanta com toda sua desenvoltura com as palavras.
   E num domingo ensolarado, finalmente aconteceu o encontro mais esperado do ano. Cheio de comida e trelelês. Batemos autos papos, sobre... bom, deixa pra lá. Os pratos exóticos e elaborados ficaram por conta das três mestres cuca.

Deise levou um delicioso pavê de chocolate com doce de leite:


Magnólia fez um irresistível bolo de baunilha (com whyski):


E, não menos importante, fui responsável por um saboroso sorvete derretido mousse de maracujá:



PS: Aceitamos encomendas ;)