domingo, 28 de novembro de 2010

Amelie

   Achava um absurdo, uma estudante ex-estudante de cinema nunca ter assistindo 'O Fabuloso Destino de Amelie Poulain', um clássico do cinema francês do século XXI. Não era porque não tinha interesse, não mesmo, busquei assistir esse filme com todas as minhas forças, mas as locadoras não me ajudavam, nenhuma delas possuia o filme a disposição e a minha internet ultralenta não tão veloz não me deixava baixá-lo. E quanto mais o tempo passava, mais eu ouvia as pessoas falarem do filme, mais me recomendával e diziam maravilhas sobre a obra 'assista, você vai gostar, é a sua cara!', diziam tanto que mesmo sem ver o filme já tava tendo a certeza de que ele era maravilhoso.
   Foi então que resolvi conhecer o novo empreendimento da região, o Salvador Norte Shopping, e andando pela Lojas Americanas a procura de boneco de brinquedo para fazer um vídeo, vejo na prateleira um certo DVD que na capa de fundo verde estampava uma menina branquinha com cabelos negros. Não tive dúvida, comprei na hora (na verdade pedi pra meu pai comprar pra mim).
   Em 2001, Jean-Pierre Jeune, cineasta francês, lança um diferenciado filme 'O Fabuloso Destino de Amelie Poulain', que contrariava sua linha de produção sombria e taciturna, esta obra não, contava a história de uma simpática menina doce. E sabe qual é o nome da tal menina doce? Não, você não imagina... É Amelie Poulain. 
   Amelie (que reparem, quase é minha xará) é uma menina que é alfabetizada pela mãe, já que seu pai atesta que ela tinha problemas de coração e por isso não podia ir a escola, o que era um grande engano, já que, ao examinar a filha mensalmente, o coração da pequena só desparava porque esse era um raro momento no qual tinha contato físico com o pai. Crescendo então sem nenhuma companhia de sua mesma idade, Amelie transforma-se em uma jovem observadora e tímida, que vive sua vidinha alheia a qualquer anormalidade. 
   Morando sozinha em um apartamento alugado, em um belo dia, a garota encontra um compartimento secreto na parede do imóvel e lá acha uma caixinha cheia de lembranças de infância do ex-morador do apartamento, ela resolve então ir a busca desse homem para devolve-lhe os objetos, e vendo que ele se desmancha em alegria, Amelie percebe que seu destino é fazer o bem a vida dos outros. Agora, suas pequenas atitudes eram todas voltadas para tornar as pessoas ao seu redor mais felizes. Mas o amor a primeira vista aconteceu com a menina e ela precisa agora conquistar a sua felicidade.
   Um filme recheado com imagens deslumbrantes, num cenário marcado pelas cores verde e vermelho, a fotografia das cenas encantam os olhos, sem dúvida uma direção de arte maravilhosa. Além disso, a linguagem do filme é poética e superfofa, que exalta a meiguice da protagonista.
   Apesar de apresentar um roteiro pragmático, linear e sem muita subjetividade, a história nos é contada por um narrador, o que dá um belo toque ao filme, assim como a mistura do drama com a comédia. A apresentação dos personagens também é feita de forma brilhante: 'Joseph, a única coisa que ele realmente gosta é estourar plástico bolha'. Enfim, não tem como não se apaixonar pelo filme e por Amelie.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Noite Fora do Eixo



- Quando: 04 de dezembro, às 21h
- Onde: Casa de Taipa (Radial B - Camaçari)
- Quanto: Couvert Artístico
- Bandas: Clube de Patifes, Maglore (SSA), Os Barcos (Vitória da Conquista)


Realização: Capivara Coletivo Cultural + Nordeste Fora do Eixo

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Gélido


   E agora é só uma boa lembrança, um gosto no passado, esquecido; que vive em mim tão frio e quase sem sentir. O que dá pra sentir ardentemente é o vazio, o vazio me preenche.
   Eu quero que qualquer traço de afeição morra.

domingo, 21 de novembro de 2010

5 anos da Ladrões Engravatados

Quando quatro amigos se reuniam na praça do bairro pra tocar violão e beber vinhos baratos, não se imaginava que daquela simples diversão poderia sair uma das melhores bandas da cidade. Em meados de 2005, diante de um cenário de intensa efervescência do rock, Flávio Guerra, Kaio Damasceno, Diego Rodrigues e Roni decidiram levar a sério a brincadeira.
   Em meio a várias idéias esdrúxulas, “Ladrões Engravatados” foi a sugestão do vocalista Flávio para nomear o grupo. Inspirado em filmes de gangster, o nome que já causou muito olhar torto por aí foi o que mais agradou aos amigos.
   Os primeiros ensaios foram realizados sem seguir nenhuma linha musical. O som era uma verdadeira mistura, mas foi desse jeito que eles apresentaram o primeiro show. O convite partiu do amigo da banda, Jair, que estava organizando um evento. “Foi um show engraçado, ficamos com medo de encarar o público, pois não sabíamos o que iríamos fazer”, conta Flávio.  A apresentação agradou, mas a banda sentiu a necessidade de melhorar. “Nessa época eu ouvia muito Paralamas do Sucesso e Clube de Patifes, então descobri que era aquilo que queria fazer. Conversei com o grupo e decidimos que era esse tipo de música que iríamos tocar”.
   O som foi melhorando e mais oportunidades surgindo. Uma delas foi o projeto Conexão Musical, reunindo bandas de diversos estilos. A partir daí os convites multiplicaram, a Ladrões Engravatados foi ganhando força e despertou o interesse de Ivanildo Antônio, então secretário de Cultura, que os chamou para participar da Semana Internacional de Cultura.
   O evento deu grande visibilidade à banda, que tocou junto com Aly Keita (África do Sul), Rock Laurence (EUA) e Bernard Sneider (Alemanha). Popular e com fãs sempre presentes nas apresentações, a Ladrões Engravatados gravou em 2008 o primeiro EP, intitulado Folhetim - com cinco músicas autorais. E em 2009 participaram ainda, em Ribeira do Pombal, do Eventual Rock, evento bem conceituado na cena baiana. 
   No final do mesmo ano, começaram a surgir conflitos e a banda parou de tocar.  “Todo mundo começou a perguntar se tinha acabado mesmo, se íamos voltar, e por isso criou um grande interesse da gente e em outros músicos da cidade de colocar o projeto para andar, não deixar morrer”, relata Flávio. Em junho de 2010, no Arraiá de São Rock, a banda retornou aos palcos com uma grande apresentação, cheia de energia e um ótimo repertório.
   Com a empolgante retomada, a Ladrões Engravatados não quer parar por aí. Tendo Flávio Guerra no vocal, Irmão Beto e Pila na guitarra, Danilo 30kg no baixo e Rubens Brandão na bateria, pretende gravar o primeiro CD em 2011, que trará as novas músicas da banda e será intitulado ‘Soltos’.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Grandes verdades

   A grande verdade sobre mim é que me encanto facilmente, mas a maior das verdades é que estou me acostumando com toda essa frieza e apatia. Não mais me irrita, não me enraivece, e digo mais, até me faz rir. Não sei se ignorar seja a melhor palavra, mas a grande verdade é que está caindo no esquecimento a cada dia que passa, e aquela vontade pulsante que existia virou passado, puro passado.
   A grande verdade sobre o tempo é que ele te engrandece, e te cansa... A maior das verdades é que tudo já virou lembrança e essa dança não vai mais ser dançada, essa música não será mais tocada. Eu prefiro nem saber os porquês, melhor que vire pretérito imperfeito.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A brilhante continuação

   Tropa de Elite, sucesso de público nos cinemas e uma explosão na pirataria, foi um dos filmes brasileiros mais comentados da década. Dirigido por José Padilha, a produção nos apresentava Capitão Nascimento, interpretado pelo brilhante (e baiano) ator Wagner Moura. Um filme de ação regado a muita violência, retratando os morros do Rio de Janeiro e a ação do BOPE em tais localidades, denunciando a forma violenta que os policiais abordavam os suspeitos e culpando os usuários pela manutenção do tráfico. 
   Em 2010, o heróico Capitão Nascimento, vira Coronel e estrela o Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro. E após ver a continuação, é imprescindível constatar a grande evolução do enredo. O primeiro, sim, muito bem visualmente, cheio de efeitos e com cheiro de sucesso, o segundo deixa de lado os bordões e abraça uma crítica mais coerente: denunciando dessa vez as milícias e deixando claro a proximidade entre tais organizações criminosas com polítiqueiros.
   Os produtores não se deixaram iludir pelo sucesso do antecessor, e ousou mudar, criar um filme que verdadeiramente expõe os problemas da segurança pública no Brasil. Não esquecendo de tornar o Coronel Nascimento humano, com sentimentos e vulnerável ao erro. O então anti-herói rebelde, se preocupa agora com a imagem que tem perante a família, sobretudo ao filho, e constata que a visão que tinha do BOPE era deturpada.
   Muito mais do que o primeiro, o Tropa de Elite 2 plasma a nossa sociedade: quem ao ver Fortunato apresentando aquele seu programa sensacionalista não lembrou logo de certos falsos-jornalistas que vemos por aí? E a passividade do governador não é semelhante ao posicionamento que notamos em certos políticos?
   Uma continuação brilhante, tecnicamente e artisticamente, fotografias impecáveis e sobretudo um roteiro encantador, que extrapola o simples filme de ação, e se preocupa muito mais em expor uma realidade. Um problema que antes nos era apresentado de forma sucinta e prática, agora é complexo, não é apenas a bandidagem ou o tráfico, e sim um sistema interesseiro que objetiva, além de dinheiro, o voto; algo que não é um tapa na cara ou tiro no peito que vai resolver: super que recomendo!



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

The Renegades of Punk tour



- Quando: 19 de novembro, às 21h
- Onde: Bar da Kássia (Radial C - Camaçari)
- Quanto: R$7
- Bandas: The Pivo's, Mapache Man (SSA), Egrégora (SSA), The Renegades of Punk (SE)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Avalanche cultural

   Logo após o término das eleições presidenciais, eu poderia está aqui discorrendo sobre tal acontecimento histórico, a primeira presidenta do Brasil foi eleita: mas não, não vou falar sobre isso.
   Depois do lamentável último post que continha apenas 29 palavras (contando os artigos, verbos de ligação e tudo mais), venho aqui discorrer sobre a tamanha confusão que brotou dentro de mim após ver a quantidade de shows supimpas que vão rolar esse mês em Salvador.
   Eu sei, eu sei, pessoas estão morrendo de fome, outras passando frio, tem gente preocupada com a bolsa de valores e com o aquecimento global, e eu aqui se lamentando por abundância... Sim, estou.
   Teremos nesse mês show de Caetano Veloso, Zeca Baleiro, , Matanza,  Pato Fu, Vanessa da Mata, e ainda a República do Reggae e o Reggae Power Festival; são tantas coisas boas, mas para usufruir de tais maravilhas é preciso em primeiro lugar de dinheiro, coisa que eu não possuo em tamanha abundância /por enquanto -assim espero.
   O jeito agora é fazer 'unidunitê' ou 'papai-do-céu mandou dizer'...
   Alguém me dá algum conselho?