quinta-feira, 27 de maio de 2010

Quando o cotidiano se torna extraordinário

   Hoje é dia 27 de março, poderia ser um dia qualquer, mas não, é um dia extraordinário!
   Sim, é certo que a violência nos bate a porta a todo momento, que o temor, o medo já é nosso amiguinho de infância. Já é comum ver mais e mais grades cercando casas, mais e mais alarmes, e cercas elétricas, e mais mortes, e mais roubos, e mais barbaridades.
   Na manhã de ontem, logo cedo, quando chego ao trabalho, me deram a notícia: 'mataram o delegado'. De imediato não tive nenhuma reação, não me abalou, não me fez tremer, 'ora', pensei eu egoísta, 'eu não o conhecia, nem ao menos o vi na vida'. Ao chegar em casa, as 12h, não se falava em outra coisa, e na TV pude ouvir a gravação da viúva em prantos, todas as emissoras noticiavam a morte do delegado de Camaçari. Aquilo tudo me deixou muito comovida, e aí caí em si, me indignei! 
   Ouvindo aquela senhora, meu coração chorou, me dando conta daquele episódio me entristeci e deixei correr lágrimas pela minha face. Lembrei na hora da dor que senti, assim como toda minha família, quando a pouco mais de três meses meu primo faleceu. Foi inevitável, na minha mente veio o rosto do eterno e tão querido Moby. A morte realmente é algo muitíssimo dolorosa para aqueles que ficam e têm que aprender a conviver com a saudade. 
   A tarde fui ao centro comprar algumas coisas, e as ruas estavam tão vazias, tão silenciosas, que me assustei. A noite, quando voltava da faculdade, não se via mais ninguém, todos estavam abalados e/ou temerosos.
   Alguns devem está se perguntando ainda a qual cotidiano que se torna extraordinário me refiro. Pode ser a violência? Pode. Pode ser a morte? Pode. Pode ser a revolta? Sim, pode tudo isso. Num mundo onde presenciar mortes, sofrimentos e misérias já é cotidiano, pra mim continua sendo extraordinário, nunca vou encarar esse verdadeiro genocídio como comum, é aterrorizante! 

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Só as mães são felizes

- Quando: Sábado (29) às 21h
- Onde: Casa de Taipa (Radial B - Camaçari)
- Quanto: Couver
- Bandas: Clube de Patifes, Aluga-se (SSA - cover de Raul Seixas)


Realização: Associação Cooperarock

domingo, 23 de maio de 2010

Noites Baianas

- Quando: 02 de junho, às 21h
- Onde: Mega Star (Praça dos 46 - Camaçari)
- Quanto: R$5
- Bandas: The Pivo's, Representa Clan, Giselda, Cidadão Dissidente (Feira de Santana), Vênice (Dias D'Ávila)


Realização: Capivara Coletivo Cultura

domingo, 16 de maio de 2010

Um passeio pela filosofia


   Estou eu aqui a me arriscar, apesar de estar estudando cinema, ainda não sou nenhuma crítica cinematográfica. Mas relato simplesmente porque é a adaptação de um dos meus mais queridos livros 'O Mundo de Sofia', do norueguês Jostein Gaarder. 
   Lá pro meus doze anos, me emprestaram esse livro, confesso que a primeira vista me intimidei com suas 560 páginas e suas letras minúsculas, mas quando comecei a ler me apaixonei por essa história envolvente e simplesmente surpreendente. Sofia é uma menina de catorze anos de idade, que prestes a fazer mais um aniversário começa a receber recados no correio contendo frases como 'quem é você?'. Na verdade quem escreveu essas e outras perguntas 'filosóficas' foi Alberto, quem viria a ser seu professor de filosofia. Sofia e Alberto (e todos nós) mergulham na história da filosofia, desde Sócrates até os dias atuais. 
   Bom, como não vou contar mais nada a respeito da surpreendente história (vocês têm que ler), vou começar a discorrer a segunda parte:
   Esses dias, me trouxeram (um gatinho) um filme com o mesmo nome, como nunca soube que o livro fora adaptado, tive que ler a sinopse (no fundo do DVD) pra constatar que se tratava da mesma coisa.
   Também me assustei ao ver que a duração é de 3:20h, divididos em 2 discos e 8 capítulos. O filme me pareceu fraco, em vários sentidos: as cores são pobres, a sonoplastia é pobre, e claro, a adaptação é muitíssimo pobre. É sabido que filmes que adaptaram livros nunca são tão bons quanto o original (vide: Ensaio Sobre a Cegueira, Marley e Eu, O Menino do Pijama Listrado, etc), mas esse filme realmente foi pessimamente adaptado. O ritmo é lento (dá até vontade de tirar uma sonequinha), o enredo não beira o encantador do livro Sofies Verdan.

   Mesmo depois de um balde de água fria, não arde minha cara em pedi pra assistirem o filme: assistam, pelo menos para compararem com o lindo livro. 

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A dama abandonada

Uma dama abandonada
Não é lembrada nem pelos fantasmas,
Não se vê mais no espelho, sua diversão é se machucar.
Masoquista da alma, que de tão amarga
Entorpecida de mágoas
E as lágrimas que se cansaram de derramar.
Sua face ferida, é querida pela tristeza
Sem sorte e iludida
Seu jogo não mais se inverte
Inerente ao mundo
É tosco seus agitos
Sem amigos, sem amores, sem sabores definidos

A dama esquecida
Sua própria vida a esqueceu.
Enganada por si
Sofrendo pelo próprio destino

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Drummond

   Precisam conhecer o poema de Drummond 'O Caso do Vestido', é simplesmente encantador.
   Como é gigantescamente grande, deixo aqui o link pra visualizarem: 

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sabe lá o que é se comportar

   Mês de março fui a passeio ao Shopping Iguatemi, e lá, é claro, tinha que ir na Saraiva ouvir (pelo menos por alguns minutos) prévias de CDs interessantes, desses que é difícil de encontrar em lojas 'mais comuns'. Mas não contente em só ouvi trechos das músicas por aquele fonezinho disponível, tive que comprar o CD de uma banda carioca de nome Moptop. É uma banda conhecida, sim, formada por Gabriel Marques (vocal e guitarra), Rordigo Curi (guitarra), Daniel Campos (baixo) e Mário Mamede (bateria) já associada à Universal Music e sempre aparecendo na MTV, dona dos sucessos 'O Rock Acabou', 'Sempre Igual', 'Bom Par', dentre outros. Esta banda de indie rock conheci pelo DVD 'MTV 5 Bandas de Rock' e só agora adquiri um CD deles, de nome 'Como Se Comportar', que também dá título a uma música.
   As faixas do CD são: 1. Aonde Quer Chegar/ 2. Contramão/ 3. Como se comportar/ 4. Desapego/ 5. Eu avise/ 6. Bom par/ 7. Mal cuidado/ 8. Beijo de filme/ 9. Adeus/ 10. 2046/ 11. História pra contar/ 12. Bonanza.
   Posso comentar que o CD é dançante e pulsante, as letras são interessantes e em linhas gerais falam de um mesmo tema, do desapego, do impulso, o querer ser feliz, divertir-se, enfim, ser livre. Muitas músicas parecem-me bastante comercial, mas a banda não perde a sua essência.
   Não sou nenhuma especialista musical ou crítica experiente, por isso aconselho-lhes a ouvi-lo (vale a pena, vale a pena, vale a pena, eu disse: vale a pena).

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O que rolou no Sangria Rock

Os caras da soteropolitana Pessoas Invisíveis presentes

   Na última sexta (30) rolou no Mega Star o Sangria Rock, um evento realizado pela camaçariense associação Cooperarock. Contou com a apresentação de cinco bandas e a presença de um grande público sedento por rock n'roll.
    A primeira banda foi a Pretexto, como sempre ela veio com seu hardcore numa apresentação simples, crua, direta e forte. A banda balançou o público que estava presente no evento - que até então não era muito. Notei que não rolou tanta energia, ficaram devendo nesse quesito, e a sonoridade não tava tão boa assim. Foi, diria, a Pretexto de sempre, com suas qualidades e defeitos.
     Depois rolou a apresentação da Storm, a banda encantou o público amante desse som mais pesado. Mostrou que em Camaçari também se faz heavy metal, e se depender da Storm, de muita qualidade. O som da banda é muito bem feito, trabalhado, 'redondo', apesar de não ser muito fã do heavy metal, admito que os caras têm muita qualidade sonora.
    A terceira banda a se apresentar foi a convidada soteropolitana, Pessoas Invisíveis. Apesar das dificuldades no som (microfonia e muito grave), a Pessoas arrebentou. O público se balançou pra caramba, pôde matar a saudade de muita gente, que a um bom tempo não via um som da banda na cidade. Pela primeira vez conferi um som ao vivo dos caras, apesar de eu está a espera (porquê eu não sei) de uma banda de indie rock, esse som mais progressivo me agradou sim, não vou dizer que foi magnífico, mas confesso que eles têm uma tremenda energia e um baita som, todos arrasam em seus respectivos instrumentos, assim como o bom vocal.
   Double Deck se apresentou em seguida, o grupo local de rap mostrou que rock n'roll e hip hop são irmãos sim, e o quanto eles sabem fazer música. O grupo tem muita qualidade, os caras são muito bons no que fazem, estão de parabéns. A apresentação contou com pouca participação do público, porém foi muito legal.
   A última banda foi a renomada Declinium (sou fã declarada), que fazia seu show de reestréia (pelo menos aqui na cidade). A banda não perdeu sua identidade musical, continuou agradando o público que foi ao delírio. As músicas antigas ganharam um toque mais experimental, com distorções a mais e sons viajantes, o que me agradou - não posso dizer que ficou melhor ou pior, mas com certeza ficou muito bom. As novas músicas também ficaram bem bacanas, são mais agressivas, explosivas até, só o vocal gritado de uma delas que me assustou um pouco. Infelizmente ainda não conseguiram a energia nem o som 'redondo' de algum tempo atrás, mas com certeza estão no caminho certo.

sábado, 1 de maio de 2010

Imagine só


Enquanto existirmos, não haverá sistema que derrube a manipulação. Porém, esse sistema infeliz em que vivemos, parece-me o pior, ele te faz acreditar que és informado e livre.