segunda-feira, 5 de março de 2012

Desconstruindo: a música morreu

   Pra prosseguir a série fajuta de posts sobre os dizeres retrógrados, eis que agora vamos falar de um tema que vocês estão cansados de ver aqui no Insano Mundo Estranho: música.
   Mas o que tem de retrógrado na música? Perguntarão alguns. E explico: andam dizendo por aí que "O rock morreu, a música morreu, tudo está perdido, é 2012!". Tá, é sim 2012, mas a música não morreu, o que pode ter morrido foi a memória de algumas pessoas que esqueceram que nos anos de 1990 Faustão fazia concurso da nova loira do Tchan e de que nos anos 80 todos dançavam ao som de Menudos. Não é que hoje não há música ruim (taí Paula Fernandes pra não me deixar mentir), mas o que quero dizer é que existiram artistas bons e ruins em todas as épocas. Admiro muitos artistas do passado, mas não devemos deixar de conhecer e reconhecer nossos bons frutos contemporâneos. 
   A maioria das pessoas que falam que a música morreu, primeiro, não viveu a época sobre a qual ele se refere que tenha sido o primor de produção cultural, e também costuma não se dá ao trabalho de procurar bons novos artistas, tarefa que não é simplória, admito, mas que está muito menos complicado graças a internet.
   Por sinal, música pela internet é pauta de outro dizer retrógrado. "Agora é muito fácil ser fã, é só procurar no youtube. Não se faz mais fãs como antigamente". Mas o que é ser fã? É saber a biografia de um artista ou é gostar de sua obra? Claro que conhecer uma discografia maior de uma banda dá mais consistência para suas referências musicais, mais é errado dizer que gosta de uma música só porque a  ouviu na internet?
   A facilidade do meio digital democratiza (mesmo que de forma parcial) a cultura e a informação e não deve ser condenada. Se podemos hoje, através da rede, ouvir uma canção e nos identificar com ela, isso deve ser louvado, sem contar a possibilidade de buscar material desses artistas de maneira muito mais rápida.
   Não devemos deixar de considerar que buscar conhecimento musical - da banda que você curte, do artista que você prestigia - é bom, até mesmo pra não ser inconsistente. Mas as graças do meio digital e suas facilidades não devem ser desconsideradas, e sim somadas. Assim como, procurar conhecer novos artistas te fará reconhecer que a música não morreu, muito pelo contrário, está completamente viva!

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