terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Dos laços desfeitos

Seu único motivo é ser feliz. Por isso despiu-se do ego, botou-o de lado, no fundo daquela gaveta, a última do armário. Foi difícil largar a teimosia. Doeu o orgulho de quem costuma se recusar a dá o primeiro passo, o passo de uma dança complexa. Arriscar não era seu hobby, pelo menos não o coração, pois ele já estava cheio de remendas, e com qualquer tropeçãozinho poderia se desfazer.
Mas ela nem sabia que tinha aprendido um tiquinho: mestre tempo. A dor sempre assola as almas maltratadas, mas analgésico pra alma é levá-la pra passear. 
O dilema maior era mesmo a incerteza que se estendia desde a segunda-feira, ou desde o dia que não viu mais o laço que se formava toda vez que o olhar se cruzava. Agora parecia fraco, desses que se afrouxa sem quase trabalho algum. Ela até se que segurava no resto da fita que sobrou, mesmo o nó desfeito.
Ela era atéia, mas rezou pra que tudo fosse só um sonho ruim e que quando o dia chegar não restar nem a lembrança. 

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