sábado, 26 de julho de 2025

Eu queria morar nesse sonho

Eu quase posso sentir seu rosto com a ponta dos meus dedos

Percebo as nuances, toco seus cabelos

É como se o mundo estivesse parado naquele instante

Eu fico desenhando um espaço onde tudo pudesse ser real

Você debruçado na janela encarando o céu e as tantas caixas empilhadas, enquanto ascende um cigarro 

Em minha ficção, sua cabeça corre sempre para aqueles dias e fantasia os meus abraços e acasos

E imagina o sol que se esguia entre as frestas da cortina

Eu anseio sua voz que me diz parte de coisas bonitas, e me arrancam um riso instantâneo e involuntário 

E me agarro a elas

Como se a outra parte não fosse como uma poeira densa, e sendo um cisco ainda ocupa uma sala inteira aqui

Essa parte ocupa o enorme vão, o espaço entre como as coisas são e como eu queria que fossem

Pois se fosse como minha quimera, seu cheiro estaria tomando esse quarto e os fios repousando ao lado

A pequena Maria passearia por aqui e se aconchegaria na sua pele.

E o difícil, o mais difícil, é que pulsa o medo do além

Meu coração aperta porque sei que não é você que vai estar lá

Você não está 

E não vou me esquentar no aconchego que dá, na sensação que faço de lar

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Falta

Eu sinto tanta falta

E a falta maltrata.

Tanta parte que desencaixa

Tanta trava que mata,

Que me sufoca

Tanto pedaço que despedaça

E muita brecha que descompassa.

Eu sinto tanta falta.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Sobre minha maior e melhor escolha

Eu me refiro a você no presente, penso em você no presente, entendo a vida com você no presente. Tudo é ainda muito presente. Ao mesmo tempo eu sinto sua ausência pulsar todos os dias.
Você me dizia que tínhamos que nos virar mais pra poder aprender a viver quando você não estivesse mais aqui, mesmo que você nem ninguém tivesse noção que esse dia estaria tão próximo.
Eu te escrevia para perguntar como cozinhar um inhame ou pra saber onde comprar um pulverizador. Você não devolvia minha mensagem, preferia me ligar para responder, e eu ria ao olhar o telefone tocando, achando graça de alguém preferir ligar a mandar um WhatsApp.
Eu poderia olhar no Google como cozinhar um inhame ou onde comprar um pulverizador, ou poderia perguntar a outra pessoa, quem sabe. Mas eu falava contigo não porque eu não tinha outra alternativa, e sim porque eu escolhi falar com você, procurar você e ter você pra dividir a minha vida. Eu escolhi você pra um abraço num dos piores momentos da minha vida. E também nos melhores.
Você não é só um acaso da vida, uma sorte, uma dádiva. Você foi e é uma escolha, todos os dias. 
Sem você aqui eu tenho conseguido limpar a casa, cuidar de Davi, dos animais, organizar as finanças, fazer comida, manutenções. Tenho conseguido comprar pulverizador e fazer inhame. Tenho conseguido sobreviver.
Sua ausência não nos faz não conseguir nos virar. Esse não é o ponto. Nunca foi.
Sua ausência me faz sangrar. Não poder te mandar uma mensagem, ligar, bater um papo, dar um abraço, me destrói. Isso não é uma escolha. Sangrar é inevitável.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Atualizando as correntes que fico com preguiça de responder no Facebook

 Idade: 28

Altura: 1,48

Pé: 34/35

Filhos: ainda nenhum

Tatuagem: 12

Piercing: mais nenhum

Cor: cinza

Comida favorita: atualmente pizza e sushi

Bebida favorita: vitamina de banana

Religião: nenhuma

Cirurgias: 1

Ossos quebrados: um antebraço

Disparou uma arma: não, só de paint ball

Viagens em navio: não, só em barco, ferry boat e lancha

Karaokê: amo, um dos meu passatempos favoritos

Animais de estimação: atualmente a dog Kikinha; o mano gato Thor; e o gato emprestado de Junior,  Walter. Já tive também os dogs Katita e Black, tartaruga, porquinhos da índia e peixes

Montou a cavalho: não

Foi hospitalizado: sim

Ficha na polícia: não

Acidente em carro: não

Ficou bêbada: várias vezes

Dançou: siiim

Acampou: infelizmente algumas vezes

Perdeu dinheiro: pros outros? minha sina

Andou de bicicleta: sim

Remou: não

Andou de teleférico: sim, alguns

Andou em montanha-russa: sim, amo!

Come batata frita: quem não come? como, apesar de não ser lá grande fã

Usa óculos: sim

Toma uma cervejinha: cada vez menos, mas sim

Toma vinho: não sou grande fã, mas um branco é até bom

Gosta de futebol: não mais

Já andou de trem: sim

sábado, 30 de janeiro de 2021

Músicas tristes para alegrar nossos corações

Sempre gostei de músicas tristes. Sempre escrevi músicas tristes. Sempre ouvi músicas tristes. E minha playlist 'Darkzeras' no Spotfy sempre me acompanha por dias tristes e também nos alegres.

Sem grandes novidades, né...

Eu vicio muito em músicas e artistas específicos em fases específicas, mas adoro conhecer novos sons. E ao conhecer um novo som, ele vira meu novo vício.

Foi assim com essas bandas de músicas tristes que têm alegrado nossos corações.

Galf me mostrou a primeira, Human Tetris, que comecei a ouvir sem parar. O algorítimo do YouTube fez o resto, Soviet Soviet, Molchat Doma, Depresión Sonora, Jonathan Bree, Motorama, etc e tal. E como eu amo listas, vamos com ela, três bandas por ordem de quem mais alegrou meu coração. A descrição é simples, pois o que vale é conferir o som.

- Molchat Doma

É uma banda da Bielorússia. Eles usam o alfabeto cirílico e eu não sei pronunciar o nome das músicas. Eles direto fazem lives no Instagram dos ensaios e interagem bastante, parecem ser pessoas legais rs. Todos os discos deles são muito bons. 


- Soviet Soviet

Ela é italiana e tem uma atmosfera pós-punk incrível. Os álbuns 'Fate' e 'Endless' são os que mais gosto.


- Human Tetris

É uma banda russa, bem oitentista, e o disco 'Memorabilia' é bom pra caramba!



quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Sobre a quarentena, desesperos e tudo mais

Não vou deixar deixar

Que uma fase ruim vá me derrubar.

São dias difíceis

Tão só em meio ao caos

São sentimentos, pensamentos e sensações incontroladas

Eu só quero voltar ao controle

Aos poucos, vejo mais luz

Mas é uma luta incessante

Se manter sã e em paz

Eu só quero voltar ao tranquilo

Nas noites e tardes 'normais'

(Ainda bem que há tantos corações ao lado)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Ponta solta

Meu peito ainda se parte
Mesmo eu me refazendo
Mesmo eu tendo mudado de esquina, nunca foi a rua em que eu quis andar
Tudo quase encaixado
Mas o quase é aquela ponta solta da corda que me sufoca
Sufoco, do agora que nunca chega
E a ladainha vai ficando chata e vazia e sem sentido e monótona e repetitiva
Tudo se repete
O lá fora ainda me espera
Aqueles dias não voltam nunca - e nunca foram
No crachá empoeirado guardado na caixa, na estante
Na melhor noite e madrugada do mundo
Nas risadas compartilhadas
Nos segredos confessados
No sentimento congelante congelado.
Eu me refiz em braços que me irradiam e entorpecem em demasia
Eu me moldei ao seu modo mais comedido e introspectivo
Eu me descobri nos pelos dourados e brancos e amarronzados
Eu me reencontrei no lar que sempre vem e vai
Eu permaneci no melhor colo que eu poderia ter
E nas melhores relíquias intocáveis da estante
E continuo a procurar como conciliar o velho, o novo
E o que virá?