Queria aproveitar minhas férias de forma produtiva, e por isso estava procurando um livro para comprar. Foi na Saraiva, o vi na prateleira, de capa laranja e preta, seu nome era Pequena Abelha. 'Vamos então ver a sinopse': 'Não queremos lhe contar o que acontece neste livro. É realmente uma história especial, e não queremos estragá-la. Ainda assim, você precisa saber algo para se interessar, por isso vamos dizer apenas o seguinte: Esta é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, ela se reencontram. E tudo começa... Depois de ler este livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como esta narrativa se desenrola'. Foi tudo o que eu precisava ler para despertar meu interesse em compra-lo.
Tenho que confessar: o autor estava coberto de razão quando disse que 'você vai querer comentá-lo com seus amigo'. Pequena Abelha é uma deliciosa leitura, o que mais vai se querer fazer quando findá-lo é gritar aos quatro cantos o quanto essas 207 páginas são saborosas. 'Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece', tudo bem Sr.Chris Cleave, não vou revelar o desenrolar dessa história, mas tenho que anunciar sua grandeza.
Depois da leitura d'O Cão dos Baskerville' (já comentada neste post), mergulho agora numa nova modalidade, um livro inundado de drama. Adianto-lhes em contar (não sei se faço bem) que é uma história triste, mas não é uma história triste qualquer, sobretudo porque, apesar de toda tragédia, Pequena Abelha continua com um ar leve, não é um livro 'pesado', sua leitura se desenvolve tranqüila. Isso se deve, principalmente, pela linguagem empregada, uma linguagem desprendida, poética e encantadora...
Recomendo: entre um gole e outro de um chá, leia Pequena Abelha e transporte-se para a civilização inglesa. Respire e sinta o cheiro suave do narrar inocente dessa garota de 16 anos que - agora - sabe falar a língua da rainha. Sorria com um menininho que usa sempre roupa de Batman e fantasia derrotar os bandidos. Descobrirá que, talvez, os piores bandidos, inimigos mortais, morem mesmo dentro de nós.
Finalizo citando alguns trechos por mim sublinhados do livro, que provavelmente despertará em vocês vontade em devorá-lo:
'Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser nosso segredo. Porque, acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: eu sobrevivi';
'Palavras tristes são apenas uma outra forma de beleza. Uma história triste quer dizer: essa contadora de história está viva';
'A morte, claro, é um refúgio. É para onde você vai quando um nome novo ou uma máscara e uma capa não conseguem mais escondê-lo de si mesmo. É para onde você corre quando nenhum dos principados da sua consciência lhe concede asilo';
'Nossas histórias é que são as contadoras de nós';
'De meu país vocês tiraram o futuro e para meu país vocês mandaram os objetos do seu passado';
'Vocês vivem num mundo de máquinas e sonham com o que tem carne e osso. Nós sonhamos com máquinas porque vemos o que os que têm carne e osso fazem conosco';
'Se você não pode ler as coisas bonitas que aconteceram na vida de alguém, por que se importaria com suas tristezas?'.
Então, Emily,...tô levando seu DVD para ser devolvido amanhã...isso significa que eu ganho um crédito para vc me emprestar esse livro?
ResponderExcluirCom amor,
Meg
(p.s: estou fazendo uma cara de super anjo nesse momento)
Esse livro é infinitamente delicioso. Também li nas férias e fiquei encantada.
ResponderExcluirAcabei de ler esse livro e confesso ele me prendeu logo nas primeiras páginas. No final fui lendo devagarzinho para não acabar... rs Comprei porque a sinopse convence e os comentários também.
ResponderExcluirEle é um tapa na cara, mas um tapa na cara que te faz pensar, eu diria um tapa na cara delicioso.
aliceerrada.blogspot.com
'um tapa na cara delicioso' é exatamente isso
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