Antes, nas minhas músicas, eu falava sobre problemas sociais ou sobre o amor. Hoje eu só falo de sofrimentos internos, daqueles que queimam nosso coração mas não ecoam para fora, aquela saudade dolorosa, decepção, perca ou monotonia mordaz. Muitos julgam ser puro egoísmo meu não falar mais sobre política, guerra ou páginas policiais, mas eu não acho. Penso que os pequenos sofrimentos são os que fazem esses grandes serem tão grandes assim; são esses pequeninos - mais pessoais sofrimentos - os mais cruéis, ele nos desfaz - em vez de com um tiro - com uma lenta decapitação da esperança. A tristeza arde mais do que ferida de machucado.
Acho que tristeza foi feita mesmo pra se escrever música bonita, e não pra que a gente colocasse no coração. Mas os homens têm essa mania de impulsivamente colocar essas coisas dentro de nós, mas achar mesmo eu não acho, não acho que a tristeza é pra morar conosco. Tristeza é pra ser colocada em melodias calmas, pra fazer a gente procurar a letra da música e ao ler pensar 'mas que coisas mais bonita!', a gente até esquece que é triste, pela beleza que ela sôa, que se encaixa nas rimas complexas. É o que eu penso.
Quem disse que é tão indispensável assim só falar de malfeitores sociais? Por que não posso fazer que ao menos minha música tenha o único engajamento de esvaziar meu coração de lágrimas e transformar meu pranto em três acordes mal feitos?
Parabéns Emile. ÓTIMO TEXTO. E eu concordo com tudo, você sabe muito bem disso. Já "trabalhamos" juntos em uma banda. E a tristeza nada mais é do que o combustível de uma boa canção!
ResponderExcluirParabéns e feliz 2011 pra ti! :)
eu parei de tentar fzr musica pelo social, meus rancores são como clamores eu diria até... talvez eu seja bem egoísta em só falar das coisas que eu sinto.
ResponderExcluir=/
bjo Peixonauta.
Valeu Neto, bom 2011 pra você também.
ResponderExcluirPeixonauta, como falei, acho que nem é egoismo, e sim uma necessidade de externar as coisas que sentimos. Beijo, e não se esquece de mim ;)