domingo, 24 de junho de 2012

Pais e Filhos o show - um tributo a Legião Urbana

- Quando: 04 de agosto, às 21h
- Onde: Casa Branca (Avenida Eixo Urbano Central - Camaçari)
- Quanto: R$15
- Bandas: Duas Tribos (Legião Cover)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A alma musical de Otto


   “Tento entender um pouco mais da alma, (...) que me faz dançar nesta festa”. Filho de Belo Jardim, cidade localizada no agreste pernambucano a 187 km da capital Recife e reconhecida por ter a música como uma tradição enraizada a sua terra, o cantor Otto pode afirmar que carrega esta arte em sua alma e em sua história.  Com os tambores, o artista fez os sons percussivos da Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, bandas que misturavam o maracatu, ritmo regional do Recife, com rock, batidas eletrônicas e hip hop.
   Sem deixar de lado o regionalismo nem a música sintetizada, Otto saiu do fundo dos palcos e partiu para carreira solo, assumindo-se como cantor e gravando o disco Samba pra Burro.  Nas músicas, cantadas com o sotaque tipicamente pernambucano, as melodias dançam como cantigas de roda, com uma leveza que flutua no ar, como sugere o título do seu terceiro álbum, Sem Gravidade, “no sentido de não ter problema. Está voando, sem chão” explica.
   Os olhos azuis e os cabelos louros denunciam sua origem holandesa, mas no sangue ele carrega mesmo é o amor pela brasilidade, e, sobretudo, pelo nordeste; não cantando suas mazelas, mas trazendo a simplicidade da região. “Uma casa pequena com uma varanda chamando as crianças pra jantar (...)”, ele compõe com zelo. É um intimismo aconchegante.
   Hoje ele caminha de forma independente. Longe das gravadoras lançou o Certa Manhãs Acordei de Sonhos intranquilos. É como o despertar de mansinho, chamando para um novo dia ensolarado, e ao contrário do título, a tranquilidade é a morada das canções. Otto canta e clama, sem levantar bandeiras, sem gritar aos quatro cantos, ele canta com a alma e consegue encantar.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Com leveza, Tomboy trata sobre assunto polêmico


   Os olhos azuis brilhantes de Michael, menino novo que chegou ao bairro, esconde mais do que sua aparencia revela. Com uma tesoura, sua irmã Jeanne o ajuda a deixar os cabelos louros curtos, com o resto dos fios cortados, as crianças colocam no rosto e fantasiam usar um bigode. Para a pequena Jeanne, é apenas uma brincadeira, mas para Michael, uma farsa que ele leva a sério. Michael na verdade é Laure, uma menina de 10 anos que se traveste como o sexo oposto, e assim consegue conquistar a amizade das crianças do bairro e a paixão de Lisa, menina que ela conhece na vizinhança.
   Na língua inglesa, a palavra Tomboy designa uma menina que tem comportamento masculinizado, e no filme francês de mesmo nome, lançado em 2011, a diretora Céline Sciamma consegue conduzir com leveza e de forma delicada o tema polêmico. A própria apresentação da família de Laure indica que a diretora optou por tratar o assunto sem cair em clichês e apontar culpados pelo comportamento dela. A garota mantém uma ótima relação com a irmã e os pais parecem aceitar com tranquilidade os gostos peculiares da menina.
   Quando a farsa é descoberta por Jeanne, que adora se vestir de rosa e dançar balé, ela consegue encarar a situação de forma despreocupada, afirmando até preferir possuir um irmão mais velho que uma irmã, porque ele poderia a defender das outras crianças. Jeanne não julga a irmã e apoia suas atitudes, pois, como uma pequena menina de cinco anos, ainda se desprende de preconceitos e padrões sociais.
   Os poucos cenários, reduzidos à casa de Laure, a um campinho de futebol, e a um bosque, ajudam a construir o intimismo e focar a atenção do telespectador no drama vivido pela personagem, assim como o roteiro direto e simples.  Mas o maior destaque é para as atuações mirins, que interpretam com competência os personagens complexos, dando o tom inocente da infância à história forte que Tomboy apresenta. 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A nova TV aberta brasileira?

   No meu tempo de criança (muito tempo atrás) todo mundo sentava na frente da televisão pra assistir os programas 'de família', e o canal sintonizado, geralmente, era a TV Globo, famoso canal 11. Isso na maioria das casas, onde o Fantástico, Domingão do Faustão e Jornal Nacional eram referências. Às vezes se assistia o SBT de Sílvio Santos, e vez ou outra a Record. Na Band, só jogo, e olhe lá.
   De uns anos pra cá, muito se falou do crescimento da Record, que ultrapassou a popularidade do SBT e tava alí, quase-quase peitando a líder (na verdade esteve longe em peitar no IBOPE, mas incomodou bastante a rival). Fato é que a TV do Bispo investiu, ganhou audiência e público garantido, mas grande parte limitada em seguir o padrão global e produzir entretenimento, tanto nas novelas que se aprimoraram, quanto nos programas espetacularescos, ou até mesmo nos jornalísticos. A Record brilhou, e comprou briga com a emissora dos Marinhos.
   Mas aí, uma rede de televisão que sempre esteve alí, quase servindo apenas pra discussão futebolística, sem querer bater de frente com concorrente, deu um salto em qualidade, e hoje, mesmo estando muito atrás em audiência, surpreendeu ao telespectador, com programas inovadores, pelo menos na TV brasileira. Eis a Bandeirantes.
   A primeira produção da Band a causar burburinho foi o Custe o Que Custar, que estreou em 2008, já causando frisson na televisão, desde as esquisitices que iam parar no Top Five, as perguntas capciosas feitas aos políticos, até os testes de honestidade e ao quadro Proteste Já. De lá pra cá muitos elogios e críticas, consolidação, mudança de perfil, mudança de repórteres. E mesmo que o humor tenha extravasado mais do que o cunho jornalístico, o CQC ainda faz hoje o que nenhum jornal padrão faz: botar o dedo na ferida, colocar os dirigentes governamentais contra parede, fazer as perguntas que têm que ser feitas.
   Outro programa que merece muito as palmas (e que merecia muito mais audiência) é A Liga, lançado no ano passado, mostrando temas, por vezes batidos, mas de uma maneira bem inovadora. Eles vivem a realidade abordada e constroem a reportagem, sem se preocupar se tá ou não cuspindo na hipocrisia da sociedade, seja falando do preconceito, de prostituição, nudismo, consumo de drogas ou o movimento dos sem teto. Por sinal, A Liga trouxe o, então esquecido VJ da MTV, Cazé Peçanha, que depois de ser estrela do canal musical, estava apagado e subestimado. Apesar de ter perdido nomes como Sophia Reis, A Liga, que também conta com Thaíde e Débora Vilalba, continua mostrando-se como uma ótima opção na tevê aberta.
    A mais nova boa aposta da Band é o Perdidos na Tribo, reality sucesso no exterior, que mostra três famílias que abandonam o conforto do seu lar para viverem junto a tribos, uma da Indonésia, outra da Namíbia, e outra da Etiópia. Como não podia deixar de ser, quando terminar o reality as famílias ganham uma quantia em dinheiro, mas só se forem aceitas pela comunidade local. Por sinal, no programa não se cai no clichê de mostra 'os brancos como redentores das tribos não-civilizadas'. 
   Não, a Band não tá me pagando nada por isso (bem que podia, fikdik rs) e nem que ela seja a salvadora da televisão, é apenas um exemplo claro para minha sincera aposta da nova televisão aberta brasileira, sem a hegemonia do padrão Globo de produção




terça-feira, 29 de maio de 2012

Mas nada disso me possui

   "O importante é ser e não ter". A frase que se tornou tão batida, clichê, e julgada até de hipócrita, parece que se perdeu nos discursos socialistas: a sociedade grita ao contrário, afinal, quem não gosta da posse? Mas é preciso bater na mesma tecla a tirar a poeira do velho dizer, 'ter' é importante, sim, mas nunca pode prevalecer ao ser, e não, não é frase bonitinha pra escrever na agenda, é uma apreciação do ser humano por sua totalidade.
   Nos vendem ao contrário, vitrines estampam objetos de desejo, comprar se tornou programa favorito das famílias, ou melhor, gastar. Claro que isso não é errado, eu, você, gostamos de adquirir aquilo que queremos consumir. Mas, e quando nos limitamos aos bens que possuímos? Parece que é essa a ideia que a nova propaganda do Bravo, carro da Fiat, quer passa.
   "Se você anda sumido porque tem um carro que não diz nada, tá na hora de aparecer". Porque as competências, habilidade e qualidades continuam sendo coadjuvantes nessa sociedade, e um carro moderno, uma roupa padrão e uma cara maquiada são quase pré-requisitos para 'ser visto'.
   Como Pitty cantou: "Eu não sou o meu carro, eu não sou meu cabelo, esse nome não sou eu, muito menos esse corpo... vou pairando livre, acima da carne e do metal. Eu possuo muitas coisas, mas nada disso me possui".

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Show de Los Hermanos em Salvador teve direito a música nova

   "Porque a gente tem que compartilhar tudo, na alegria e na tristeza". Rodrigo Amarente declarava em plena Concha Acústica, se referindo a sua última experimentação da comida baiana. Mas durante o primeiro show da turnê 2012 de Los Hermanos em Salvador, no último domingo (06/05), o que os barbudos compartilhavam mesmo com o público era a energia de entoarem juntos as cerca de 29 músicas que compuseram o repertório da banda.
   Para os hermanos, a emoção de tocar em uma casa de show que os recebeu por muitas vezes durante sua carreira e presenciar o coro infalível do público. Para os fãs, a emoção de ver tocar a banda que foi trilha sonora de muitas histórias e desde 2010 não subia nos palcos, apreensão indicada, inclusive, pelas grandes filas que se formaram muito antes do início do show.
   Apesar da capital baiana também ter sido rota da última turnê, esse ano a apresentação teve um gosto especial, pois comemorava os 15 anos de estrada dos Los Hermanos. O show começou com as palmas e o coral do público que acompanhavam Marcelo Camelo na música O Vencedor. A apresentação, que durou cerca de duas horas, teve direito até a uma música inédita, causando frisson nos fãs que gritavam "volta Los Hermano". Mas de acordo com a banda, o quarteto não pretende gravar novo trabalho, e a música nova, ainda sem nome, vai estar no CD solo de Amarante, com previsão de lançamento ainda para esse ano.
   Outra novidade foi a a execução da controversa Ana Júla, que tinha sido deixada de lado nas últimas apresentações. Mas o que não foi novidade pra ninguém, foram as luzes de celulares acesas enquanto era tocada a música Sentimental. 
   Já no bis, para encerrar o show, que contou com músicas de todos os quatro CDs da banda, Camelo cantou Pierrot, que por muitas vezes durante a noite foi pedida avidamente pela platéia. 
   A turnê comemorativa, que já passou pelas cidades de Recife, Fortaleze, Manaus, Belém e Brasília, segue agora para São Paulo (11), Porto Alegre (12), Curitiba (18), Belo Horizonte (19 e 20) e Rio de Janeiro (25, 26 e 27). 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Adeus

Acabou,
O vento soprou para longe
E a sua alma
Não me acalma mais.
Durou
O que nem o tempo conseguiu medir
Mas não vale a pena, meu bem
Insistir não me leva a nada.
A vida passou por você
Mas você não conseguiu entender
E não cabe a mim te mostrar.
Saudade ainda não foi
Mas não quero que sua ausência
Me faça chorar
Porque lágrimas são feitas
Para serem enxugadas
E de nada vale palavras
Se elas se soltam de nós,
Leve demais.
Foi assim
Que eu aprendi
Que em mim só cabe sonhar
E você não tem mais espaço
Pra fazer meu sonho acabar.
Porque dizer adeus
É sinal de coragem