Me lembro da primeira vez que li sobre o 'novo filme de Almodóvar': o diretor espanhol iria lançar seu primeiro filme de suspense. Pronto, de imediato me transformei em um mix de felicidade, histeria e expectativa. Toda nova notícia sobre o tal La Piel que Hábito era acompanhada por mim: a premiação em Cannes, o lançamento mundo a fora, e, finalmente, o lançamento no Brasil. Eis que então, depois de alguns dias de espera após a estréia do filme, estou eu lá, na sala de cinema, parecendo criança abrindo o presente no dia de natal.
Agora um aviso: daqui em diante, esse post contém spoiler, quem tiver alergia, por favor, parar por aqui.
Uma mulher usada como cobaia por um cirurgião plástico obcecado em produzir uma pele muito mais resistente do que a humana, obsessão essa, motivada por uma tragédia do passado: sua mulher cometeu suicídio, numa atitude de desespero, após ver, espelhada numa vidraça da janela, sua imagem desfigurada, resultado de um incêndio quase fatal. Não bastante a morte da esposa, Robert, o cirurgião, passa a cuidar da filha Norma, que, abalada pelo acontecimento trágico, fica perturbada mentalmente, tendo que usar medicamentos psiquiátricos. Mas é um evento fatídico que faz Norma se afundar totalmente na loucura e enxergar no pai uma figura intimidadora e repulsiva, loucura essa que a leva a morte.
É sobre a ligação entre todos esses acontecimentos trágicos e Vera, a paciente que fica trancafiada na mansão do doutor e é usada como cobaia, que A Pele que Habito discorre. E tudo é feito com muita eficiência, através de um roteiro não-linear, que sempre recorre aos flashbacks, tanto para explicar os acontecimentos, quanto pra criar mais apreensão. É a nova cara de Almodóvar, que larga mão das cores exuberantes e constrói uma ambientação fria, que não é narrador de um personagem, mas sim de uma história.
Talvez uma história previsível, mas totalmente inacreditável, complexa e inquietante, contada de uma forma espetacular. Não é o suspense que arranca gritos e sustos, é pela sucessão dos fatos, pela construção da cena e da utilização dos diálogos que Almodóvar nos faz ficarem fissurados e apreensivos. Tudo isso completado pela belíssima trilha sonora e pelo leve e acertado toque do humor.
Acho que fiquei mais curiosa agora.
ResponderExcluirque saudade de você por aqui, Nanda, apareça rs :*
ResponderExcluirodeiei esse filme
ResponderExcluirum frankstein..e qeu final hein.........afffffffffffff
nojo