Gente que me faz bem Que me leva além Quem? Gente que me dá sorriso Me dá abrigo no peito Vem Que desse jeito, mesmo que não seja pra sempre, É infinito E palpito nesse nosso transbordar
Todo mundo fala da crise dos 40, da paranoia de chegar nos 30, mas, olha, vocês deveriam ter me avisado que chegar nos 20 também bate desespero.
Até o meu último aniversário, fazer nova idade era motivo de alegria (sobretudo antes dos 18, quando você quer logo chegar a maioridade). A ideia de ser uma pessoa 'mais velha' e de estar na casa dos 20 era uma coisa sublime: liberdade, autonomia, diversão, etc, etc, etc.
Só que aí eu cheguei nos 20... E rolou uma bad: "mas cara, tô velha!". E mesmo que, ok, ter 20 não é ser realmente velha, você começa a lembrar do seu 'eu da infância', que sonhava em ter 20. É como o fim de um ciclo, aquele ciclo em que você se projetava no futuro. Tipo quando você sonha por tanto tempo com alguma coisa e esse sonho se realiza: ao mesmo tempo em que rola felicidade pro ter realizado, fica confusa com o que pode vir a seguir.
O desespero aperta quando você conhece alguém mais novo. "Mas olha", dizem os outros, "fulaninhx só tem essa idade, tão novx!". Parece estranho não ser mais esse fulaninhx. Ou ainda perceber que já passou a adolescência e ainda não fiz umonti de coisa besta na vida, não tenho certeza da minha profissão, não tenho como me sustentar...
Suas concepções sobre amigos e família mudam, começa a ter menos saco pra festas e perder noite, coloca a mão na cabeça tentando organizar os horários... Assusta pensar que agora as decisões serão mais difíceis: construir família, levar mais a sério a sua saúde, seguir uma carreira... Desespera!
Alguns dizem que é a melhor época da nossa vida... Que assim seja!
O sonho um dia morre, A vontade se esgota, O tempo a desfaz A vida bate a porta E apaga com os planos, Mas escrevo e canto Como o grito de sufoco Da angústia em meu peito. A inspiração não morre Quem sonhou em ser poeta Já é só pelo sonhar, Mas o quase não me deixa esquecer De tudo que tinha de ser E não foi Quando me vejo só, Alimentando as vontades loucas, As palavras me consolam E só elas conseguem entender A dor de saber Que foi em vão, Que corro sem direção E resta só o dissabor
Quem gritem por aí que só tem ateu agora porque é modinha, continuo levantando a bandeira do laicismo, e por sinal, não precisa não crer em deus para defender uma nação que efetivamente assegure a livre manifestação religiosa, sem privilégios, preconceitos e violência, e que a fé seja um direito individual, não fazendo com que os dogmas das religiões predominantes sejam impostas a todos.
Não consigo engolir religiosos extremistas (como esses tipos Malas que vão na tevê falar abobrinha e gosta de se meter na vida e nos direitos alheios). Mas também acho chato os ateus que se julgam superiores, mas que na verdade são a cara do preconceito.
Respeito e tolerância são essas duas palavras que alimentam a nossa vontade de ainda presenciar uma sociedade que pratique o pacifismo, e ser ateu ou crente (de todas as formas de crenças) não seja motivo para julgamentos.
Esse papo todo é pra dizer que fiquei super feliz com o artigo de José Medrado hoje no jornal A Tarde. Precisamos de mais gente proliferando essa ideia no mundo.
Segue o texto:
"Há umas três semanas, fui assistir à missa na paróquia da Vitória, celebrada pelo meu amigo Pe. Luís, e depois fomos almoçar, onde trocamos ideias sobre assuntos comuns aos humanos. Naquela oportunidade, pude receber algumas caixas de leite para a Cidade da Luz, produto de uma campanha que o clérigo realizou entre os seus fiéis. Nestes dias em que está em pauta sensata o direito dos atues - por que não? -, vejo que faltam ações concretas que evidenciam encontros, integração mais sistemática entre os crentes em si e ateus, na busca de um diálogo comum, de uma metafísica includente que, como bem disse o teólogo Ian Barbour, é o encontro de conceitos gerais em cujos termos sejam possíveis interpretar diversos aspectos da realidade.
Os conflitos que permeiam as relações das pessoas sobre o tema do crer ou não nascem, em geral, pela arrogância a que alguns profitentes religiosos são levados pelos seus líderes, sentindo-se superiores em suas religiões, em detrimento de tudo e todos. O ser humanos tem um caráter intrínseco de sociabilidade natural, mas, infelizmente, as religiões, em particular algumas neopentecostais, têm buscado o poder político e econômicos como forma de supremacia em um país laico, onde, lamentavelmente, vemos o governo se dobrando a alguns segmentos religiosos, relegando inclusive, certas ações sociais ao esquecimento, por conta de pressões religiosas. Refiro-me, por exemplo, ao processo educativo conhecido como o kit gay, que, na verdade, nada mais era do que a educação dirigida pelo respeito às diferenças. O governo cede às religiões, a fé se sobrepõe à educação, ao bom senso.
Tenho, permita-me, caro leitor, a alegria de ter amigos em vários segmentos religiosos e de ateus, sem qualquer demagogia, que muito me enriquecem em seus labores pela causa do bem, em uma cosmologia mais ampla, a do ser homem de bem, pois em nossos encontros esquecemos as diferenças e nos concentramos nos pontos comuns, na riqueza da harmonia de uma grande orquestra, onde o importante não é a religião, mas a dignidade de ser, crentes e ateus".
Como é costume eu resumir desafios de listas em um só post (como o Desafio Musical e o Meme de Filmes), com esse não vai ser diferente. O desafio 30 dias de ódio não tem um cunho tão cultural assim, mas não é segredo que eu adoro responder questionário, então resolvi responde-lo e expressar um pouquinho do meu lado raivinha.
1 - Um ódio que você acha que só você tem: blocos de grama (como a imagem deste link)
Parece meio ridículo... Na verdade é bastante ridículo, mas me dá ódio ver aquelas gramas quadradinhas juntas, sem formar uma sequência. É muito agoniante ver. Sempre que passo por algum lugar assim, tento virar o rosto.
2 - Uma habito que você odeia nas outras pessoas: achar que todos têm a obrigação de ouvir a sua música
3 - Uma música que você odeia: Que isso novinha
Ah, num mundo de pagode, forró eletrônico, arrocha, sertanejo universitário, Chiclete com Banana, Belo e tantas pérolas, fica difícil citar apenas uma música odiante. Mas essa onda de 'que isso novinha!' (em todos os ritmos do mundo) tá num altíssimo nível de chatice.
4 - Um ódio gastronômico: muqueca
5 - Uma citação que você odeia: "morra pra si, viva pra deus"
7 - Uma situação que você odeia estar: presenciar brigas
8 - Uma giria que você odeia: sinistro
Meu, cara, e todas essas gírias super paulistas, super cariocas, super malhação: odeio.
9 - Um sotaque que você odeia: carioca
10- Um filme que você odeia: Pagando bem, que mal tem?
Filmes bobalhões de comédia barata, romance água com açúcar, aventuras juvenis. Citar Crepúsculo ou High School Music? Clichê. Se tem um filme que parei para assistir esses últimos tempos e foi um grande arrependimento é Pagando bem, que mal tem?
11- Uma palavra que você odeia: moral
Porque geralmente nessa palavra vem embutida uma alta dose de preconceito.
12- Um esporte que você odeia: F1
Acho chato assistir, provavelmente não é chato praticar.
13- Uma frase de atendente de telemarketing que você odeia: Um frase? Telemarketing já é detestável por si só.
14- Um meme que você odeia: esses de 'acorda Brasil!'
15- Uma coisa que você odeia encontrar na comida: pimentão
16- Uma banda que você odeia: Aviões do Forró
17- Um sabor de sorvete que você odeia: odeio é quando não tem sorvete
18- Uma personagem de série ou novela que você odeia: Serena
É antiga essa personagem, mas a Serena de Alma Gêmea vai ficar marcada eternamente por ser chatíssima.
19- Um livro que você odeia: O Mexicano
Eu queria citar um livro super chatinho que li, mas por motivos de 'vamos evitar causar intriga' melhor deixar pra lá. Então vai aí O Mexicano, que não bastante ser chato, fui obrigada a ler para a escola.
20- Um lugar para onde você odeia ir: feira
21- Uma peça de roupa que você odeia: saruel
22- Uma modismo que você odeia: corrente de prata
23- Um jogo de tabuleiro que você odeia: não tenho ódio com jogos de tabuleiro
24- Uma bebida que você odeia: Campari
25 - Um vídeo do youtube que você odeia: aff, sei lá, não ando vendo muitos vídeos no youtube
26- Uma coisa que você odeia ter feito em sua vida: falha-me a memória
27- Um(a) apresentador(a) que você odeia: Rodrigo Faro
28- Uma frase que seus pais falem e você odeia: o filho de não sei quem faz isso e aquilo, você deveria fazer o mesmo. Acho que todos os pais falam isso.
29- Uma piada que você odeie: As machistas são as piores
Um dos dizeres mais contemporâneos explanados no 'desconstruindo', mas nem por isso menos retrógrado. Um discurso antigo, inflado pelas elites e adotado pela classe média.
"É esse o país que vai sediar a Copa!"
Nessa nossa 'era facebook' escandalizou-se um certo tipo de cidadão, ele gostaria de ter nascido em qualquer país do mundo, menos no Brasil, porque em seu discurso, o Brasil é o retrato da decadência. No vocabulário, clássicos como 'é esse o país que vai sediar a copa' e 'acorda Brasil', e toda e qualquer coisa que massifique o quanto o brasileiro é alienado por novela, carnaval e futebol, os políticos brasileiros são corruptos, a cultura nacional é medíocre e nada presta por aqui.
E não é que eu ache o nosso país um paraíso, mas esse tipo comete dois principais erros: primeiro desconsiderar as falhas de todos os outros países, e também por descartar qualquer qualidade que o Brasil tenha.
Não quero pregar o nacionalismo, longe disso, não condeno agraciar a cultura de outros lugares, até porque gosto de umonti de coisa gringa, mas vestir a roupa do depreciativo exala uma certa visão critica superficial. Achem-se intelectuais o quanto quiser, pra mim essa maré de foda-se-novela-futebol-carnaval-cerveja-bbb-cultura-pop-brasil-pais-dos-impostos-politicos-ladroes é uma grande levianidade - e chatice. Ser crítico é muito mais que isso.