Quem gritem por aí que só tem ateu agora porque é modinha, continuo levantando a bandeira do laicismo, e por sinal, não precisa não crer em deus para defender uma nação que efetivamente assegure a livre manifestação religiosa, sem privilégios, preconceitos e violência, e que a fé seja um direito individual, não fazendo com que os dogmas das religiões predominantes sejam impostas a todos.
Não consigo engolir religiosos extremistas (como esses tipos Malas que vão na tevê falar abobrinha e gosta de se meter na vida e nos direitos alheios). Mas também acho chato os ateus que se julgam superiores, mas que na verdade são a cara do preconceito.
Respeito e tolerância são essas duas palavras que alimentam a nossa vontade de ainda presenciar uma sociedade que pratique o pacifismo, e ser ateu ou crente (de todas as formas de crenças) não seja motivo para julgamentos.
Esse papo todo é pra dizer que fiquei super feliz com o artigo de José Medrado hoje no jornal A Tarde. Precisamos de mais gente proliferando essa ideia no mundo.
Segue o texto:
"Há umas três semanas, fui assistir à missa na paróquia da Vitória, celebrada pelo meu amigo Pe. Luís, e depois fomos almoçar, onde trocamos ideias sobre assuntos comuns aos humanos. Naquela oportunidade, pude receber algumas caixas de leite para a Cidade da Luz, produto de uma campanha que o clérigo realizou entre os seus fiéis. Nestes dias em que está em pauta sensata o direito dos atues - por que não? -, vejo que faltam ações concretas que evidenciam encontros, integração mais sistemática entre os crentes em si e ateus, na busca de um diálogo comum, de uma metafísica includente que, como bem disse o teólogo Ian Barbour, é o encontro de conceitos gerais em cujos termos sejam possíveis interpretar diversos aspectos da realidade.
Os conflitos que permeiam as relações das pessoas sobre o tema do crer ou não nascem, em geral, pela arrogância a que alguns profitentes religiosos são levados pelos seus líderes, sentindo-se superiores em suas religiões, em detrimento de tudo e todos. O ser humanos tem um caráter intrínseco de sociabilidade natural, mas, infelizmente, as religiões, em particular algumas neopentecostais, têm buscado o poder político e econômicos como forma de supremacia em um país laico, onde, lamentavelmente, vemos o governo se dobrando a alguns segmentos religiosos, relegando inclusive, certas ações sociais ao esquecimento, por conta de pressões religiosas. Refiro-me, por exemplo, ao processo educativo conhecido como o kit gay, que, na verdade, nada mais era do que a educação dirigida pelo respeito às diferenças. O governo cede às religiões, a fé se sobrepõe à educação, ao bom senso.
Tenho, permita-me, caro leitor, a alegria de ter amigos em vários segmentos religiosos e de ateus, sem qualquer demagogia, que muito me enriquecem em seus labores pela causa do bem, em uma cosmologia mais ampla, a do ser homem de bem, pois em nossos encontros esquecemos as diferenças e nos concentramos nos pontos comuns, na riqueza da harmonia de uma grande orquestra, onde o importante não é a religião, mas a dignidade de ser, crentes e ateus".
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