terça-feira, 10 de junho de 2014

Deixa ser

Solidão
Mandou dizer
Que tanto queria você.
Solidão
Mandou avisar
Que em mim é também seu lar.
Laiá...
Dirão que não é certo assim
Querer perto de mim
Um alguém que não se é por inteiro.
É que passo os dias lembrando
O que fazer desse tanto querer?
Vem me falar...
Eu sei que aqui não é o seu lugar
Mas deixa ser, vamo fingir
Até onde a gente ver que da pra ser
Até onde der pra ir, e sorrir.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Não tem contradição: queremos Copa, saúde e educação

Estamos vivendo um momento histórico: o Brasil irá receber a Copa do Mundo 2014, momento de oportunidade para o país que recepcionará pessoas de toda parte do mundo e ganhará visibilidade internacional.
Mas a realização do mundial também expõe as fraquezas de nosso país. Movimentos populares clamam, mostrando que a luta por melhorias e o desejo por avanços correm nas veias dos meninos e meninas. Gritamos por mais saúde, segurança, serviços públicos e uma educação de qualidade. A União da Juventude Socialista (UJS) levanta a bandeira dos movimentos do povo e acredita que não devemos ficar parados.
Porém, é necessário ficarmos atentos. Os protestos estão sob intensa disputa ideológica. Os setores conservadores, utilizando-se principalmente da mídia, irão tentar se apropriar e direcionar as reivindicações da juventude. E é justamente o setor de direita que mascara e camufla o movimento popular, introduzindo ideias que atendem as suas diretrizes ideológicas, como a palavra de ordem "não vai ter Copa!".
O "cancelamento" do evento não irá trazer nenhum avanço real para o povo. Derrotar a Copa é de interesse do que há de mais conservador, reacionário e atrasado neste país. É um interesse da direita e uma ideia que nada tem a ver com o progressismo juvenil.
Não devemos cair no discurso das elites. Serão bilhões injetados em nossa economia, obras de reestruturação e mobilidade urbana que ficarão como legados para a população, além dos olhos do mundo inteiro voltados para o nosso país. O sucesso da Copa irá mostrar que, ao contrário do que afirma a galera do complexo de vira-lata, o Brasil tem condições de realizar grandes eventos.
Devemos sim contribuir para um debate que faça com que a Copa traga melhorias também para o povo, brigar por mais direitos sociais, como as bandeiras que a UJS sempre levantou, tais como a reforma política e da mídia, transporte público de qualidade e 10% do PIB destinados à educação.


Emile Lira, diretora de comunicação da UJS Camaçari

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Desatar

Tudo só começou
E não me importa o depois
Porque o amanhã ainda vem, e o então já não sei
Quero provar 
O sabor amargo da loucura
O doce prazer
Me desatar os desejos guardados
Espalhá-los em você, 
Me desfazer em você...
É que o mundo pode virar de cabeça
E todos os sonhos vão desaparecer.
Então não espera,
Olha que o sol já vem
Não interessa o que vão dizer, porque sempre irão falar
Mas eu não tenho nada a perder
Se só que temos a sofrer é da vida desperdiçada
Por isso não disfarça, acha graça
Perca o rumo, o prumo
E e me apruma em seu braço
Me una em seu abraço, desarruma

Porque já tá tudo bagunçado, espalhado.


sábado, 8 de março de 2014

As mulheres são fortes e ponto

Hoje é 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Já escrevi muitas coisas sobre o tema, a luta das mulheres é assunto recorrente para mim, e a data renderia um texto grandioso. Mas preferi ser sucinta hoje: vou parafrasear a page Umbigo Sujo e dizer que não me venha com bom-bom sabor patriarcado, tampouco flores vermelho machism. Desejar feliz dia as mulheres cis e trans, ressaltar que continuemos na luta contra o machismo e pela liberdade. Clamar para que nos dispamos de tudo que nos aprisiona. Reafirmar que mulher é, faz e está onde ela quiser. Gritar que respeitem o nosso corpo e a nossa voz.
Além de tudo isso, quero falar sobre um dos poucos comerciais legais que está passando na tevê, um dos poucos que não tratam as mulheres como objeto ou como ser inferior. O do Rexona Woman.

Porque as mulheres são fortes. Não fortes entre aspas. Fortes, sem porém. Fortes e ponto.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Kika

"Mãe ama você"
"Que comportamento é esse, criança?"
"É a princesa da casa!"
"Mas é pura preguiça"
"Isso é feio, menina!"



Até que poderiam ser diálogos entre mãe e filha. E, olha, é quase isso mesmo. Só que a filha em questão não foi gerada na barriga, tem rabo, quatro patas e fala 'au au'. 

Há pouco menos de dois anos eu estava inquieta: precisava ter um cachorro, porque eles são fofos, companheiros e tudo mais. E lá estava eu, olhando pequeninas fotos de vira latas de um abrigo, as quais me foram enviadas pelo e-mail. Entre aquelas criaturinhas estava ela, e não foi difícil escolher.
Foi quando fui pegar a minha menina no veterinário que descobri que era de fato uma menina, e mesmo que inicialmente eu estivesse atrás de um garotinho, pouco me importou. Ela estava em meus braços, indo pra casa, toda medrosa e acompanhada de uma 'ladainha' que alertava o quanto era chorona.

A primeira noite, meu deus, ela e o seu irmãozinho, Corleone (que passou algumas semanas com a gente), não me deixou dormir nem ao menos meia hora. Mas pouco me importou perder o sono por aqueles anjinhos. As próximas noites foram mais tranquilas, mas quando ela teve que se separar do irmãozinho (que foi levado par outra casa), foi aquele chororô a noite toda. 
Não demorou muito e chegou um novo irmão, Black. Dessa vez não era de sangue, mas eles aprontariam muito, muito, muito. E juntos cavaram altos buracos no jardim, latiam sem parar quando passava um gato ou até mesmo outro cachorro na rua, brigavam pelo prato da ração, pelo brinquedo (nem que o 'brinquedo' fosse uma garrafa pet vazia), corriam um atrás do outro. O brotherzinho preto, pequeno e gordinho era sempre mais barulhento, subia na mesa, pulava no teto do carro, roubava comida, sapatos e meias, fazia xixi no pé da mesa, em cima da cama, na máquina de lavar, no sofá, e até mesmo em meu pé. 

Ela não é pouco danada, mas é chegada num carinho, num dengo demorado, passar debaixo das pernas dos outros (ela não se importa se é grandona e isso pode derrubar alguém), e dormir. Sempre medrosa. Tem medo de gente nova, de cavalo, bicicleta, carrinho de mão, capacete, sombrinhas, caixa de som, touca na cabeça, chapéu de palha e mais uma imensa lista de coisas.
O brotherzinho preto, pequeno e gordinho - Black (que eu chamo carinhosamente de Bebel), teve que ir embora ( D: ), mas ela ficou comigo. E quando eu tô triste ela vem ficar do meu lado. Quando eu deito no sofá pra assistir tevê, ela vem passar debaixo das minhas pernas. Quando vou comer, ela deita debaixo da mesa. Quando eu sento num banco, ela sobe em meu colo (de novo, pouco se importando se cresceu 'um pouquinho demais'. Eu não me importo também). Quando eu abro o portão de casas, ela sai para a rua, corre, passeia, brinca com os amigos-cachorros da rua, mas depois sempre bate com a pata no portão para eu abrir e ela poder entrar. Quando estou no computador, ela vem deitar no pé. Ela adora passear de carro (aproveita logo quando vê a porta aberta e pula pra dentro), dorme na escada, compartilha de minhas comidas (coisinhas que não a fazem mal), me abraça, lambe, e me ama - eu sei.

E eu a amo, muito. Porque ela é minha princesa, minha pequena, minha menininha, e o amor de mãe. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A saga do CamassaRock


TCC (ou monografia) é sempre aquela dor de cabeça. É raro de quem não reclame, é raro quem não precise sacrificar seus fins de semana, madrugadas e dignidade para entregar o bendito. E prevendo isso tudo (não com muita precisão. Na verdade, quase precisão alguma), logo no terceiro semestre da faculdade comecei a fazer altos planos de como seria o meu trabalho de conclusão de curso: uma revista de cultura. A ideia reunia as duas coisinhas que mais me chamavam a atenção no jornalismo: o jornalismo de revista e o cultural.
Só que no meio do curso chegou a matéria de rádio e tevê, e esses dois veículos que antes pareciam que não eram muito meu forte (eu até já quis fazer o curso de Rádio e TV, mas era pra atuar atrás das câmeras), passou a figurar como os meus favoritos. Tomei gosto - e a professora disse que eu levava mó jeito pra coisa. Pra completar, nessa mesma época fui estagiar na tevê, e lá também, a galera dizia que o vídeo e eu tínhamos tudo a ver. Aí me apaixonei: produção, edição, reportagem. Era tudo isso que eu queria pra mim! 
Depois de passar um ano atuando na tevê, tive que sair de lá. Mas o gosto por audiovisual não saiu de mim (não é a toa que comecei na faculdade fazendo Cinema). Todos os trabalhos que tive a oportunidade de utilizar o vídeo, esforços não foram poupados.
No sétimo semestre, chegou o Pré-Projeto de TCC e de uma coisa eu tinha certeza: ia ser em vídeo (documentário ou matéria especial). Mas ainda precisava correr atrás de um tema. Feminismo, racismo, movimento estudantil, umonte de coisa passou pela minha cabeça, eu tentava fujir do jornalismo cultural ("vamos mudar um pouco de ares?", pensava eu), mas ele me seguiu, e eis que resolvi falar do rock de Camaçari (uma paixão. Pra falar da minha relação com ele, renderia um post a parte).
Agora era pesquisa, pesquisa e pesquisa, escrever,  escrever e escrever, ufa. Mas tinha mais. Chegando no oitavo, somada às pesquisas, tinha a tal da produção. E olha, produzir um documentário é moleza não. Vai atrás dos entrevistados, marca com um, marca com outro, êta, temos que desmarcar, e o local de filmagem?, mas cadê o cinegrafista?, e as perguntas?, tem que passar primeiro pelo orientador, e a coordenadora do curso também tem que ver (beijos pros dois), esse plano não ficou bacana, e esse áudio menos ainda, tem ruido aí, tem que pegar as imagens, e decupar tudo, finalizar roteiro, selecionar vídeos, escolher as fotos, escrever. Mas, para tudo! Temos que nos dedicar também ao memorial, correr atrás de teoria (essa coisinha que vimos nos primeiros semestre e fazemos questão de minimizar durante o resto do curso), fazer sumário comentado, tem alteração do orientador, essa pesquisa aí tá pouca. Ufa, ufa, ufa.
Mas por fim, com o auxílio de minha amiga e colega de profissão Taís Araújo (que por percalços no caminho teve que abandonar o projeto dela e entrou no meu barco pra me ajudar a o fazer velejar), eis que surge o CamassaRock:

O rock é paixão. É assim que podemos traduzir o sentimento que move diversas pessoas que fazem desse ritmo sua vida. O CamassaRock é um documentário que retrata o rock no município de Camaçari, Região Metropolitana da Bahia, como um movimento alternativo impulsionado por atuações de divulgação e de ações que contribuem para o desenvolvimento e para a consolidação desse estilo musical. O vídeo traduz a paixão que move as plateias, os distintos grupos musicais, produtores, divulgadores, organizadores a apoiadores do movimento, traçando os principais acontecimentos que marcaram o rock na cidade, e sobretudo, a sua estruturação e profissionalização a partir do ano de 2009, quando, em reconhecimento da importância da cena, foi instituído o Dia Municipal do Rock.

O DVD do CamassaRock já está a venda, os interessados podem entrar em contato comigo para adquirir o seu.

PS: Quero agradecer  a uma cambada de gente que me ajudou pra caramba também: os entrevistados (Rudsson Santos, Flávio Guerra, Faustino Menezes, Ericson França, Oreah, Leandro Rodrigues, Edvaldo Filho, Roque Torres, Marilton Trabuco, Ítalo Oliveira, Pablues, Beto Bruno - em nome da Cachorro Grande, Deputada Luiza Maia e o Secretário Vital Vasconcelos), outros que não puderam participar, mas contribuíram muito (Paulo Papel e Emerson Carlos), minha mãe, meu pai, meu namorado, SECULT de Camaçari, Trakino Design, Barraca da Cultura, Alternative-se, Camaçari Rock, Coletivo Capivara, TV Câmara, Clube de Arte Fotográfica de Camaçari, Rejane Rangel, e a todos que sempre perguntavam 'e aí, Emile, e esse documentário?', davam força e estavam na torcida. Brigadão a todos vocês.

PSS: Fiz um teaser, queria postar aqui pra vocês, mas ainda não consegui upar no youtube. Quando eu consegui, atualizo o post ;)