sábado, 8 de março de 2014

As mulheres são fortes e ponto

Hoje é 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Já escrevi muitas coisas sobre o tema, a luta das mulheres é assunto recorrente para mim, e a data renderia um texto grandioso. Mas preferi ser sucinta hoje: vou parafrasear a page Umbigo Sujo e dizer que não me venha com bom-bom sabor patriarcado, tampouco flores vermelho machism. Desejar feliz dia as mulheres cis e trans, ressaltar que continuemos na luta contra o machismo e pela liberdade. Clamar para que nos dispamos de tudo que nos aprisiona. Reafirmar que mulher é, faz e está onde ela quiser. Gritar que respeitem o nosso corpo e a nossa voz.
Além de tudo isso, quero falar sobre um dos poucos comerciais legais que está passando na tevê, um dos poucos que não tratam as mulheres como objeto ou como ser inferior. O do Rexona Woman.

Porque as mulheres são fortes. Não fortes entre aspas. Fortes, sem porém. Fortes e ponto.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Kika

"Mãe ama você"
"Que comportamento é esse, criança?"
"É a princesa da casa!"
"Mas é pura preguiça"
"Isso é feio, menina!"



Até que poderiam ser diálogos entre mãe e filha. E, olha, é quase isso mesmo. Só que a filha em questão não foi gerada na barriga, tem rabo, quatro patas e fala 'au au'. 

Há pouco menos de dois anos eu estava inquieta: precisava ter um cachorro, porque eles são fofos, companheiros e tudo mais. E lá estava eu, olhando pequeninas fotos de vira latas de um abrigo, as quais me foram enviadas pelo e-mail. Entre aquelas criaturinhas estava ela, e não foi difícil escolher.
Foi quando fui pegar a minha menina no veterinário que descobri que era de fato uma menina, e mesmo que inicialmente eu estivesse atrás de um garotinho, pouco me importou. Ela estava em meus braços, indo pra casa, toda medrosa e acompanhada de uma 'ladainha' que alertava o quanto era chorona.

A primeira noite, meu deus, ela e o seu irmãozinho, Corleone (que passou algumas semanas com a gente), não me deixou dormir nem ao menos meia hora. Mas pouco me importou perder o sono por aqueles anjinhos. As próximas noites foram mais tranquilas, mas quando ela teve que se separar do irmãozinho (que foi levado par outra casa), foi aquele chororô a noite toda. 
Não demorou muito e chegou um novo irmão, Black. Dessa vez não era de sangue, mas eles aprontariam muito, muito, muito. E juntos cavaram altos buracos no jardim, latiam sem parar quando passava um gato ou até mesmo outro cachorro na rua, brigavam pelo prato da ração, pelo brinquedo (nem que o 'brinquedo' fosse uma garrafa pet vazia), corriam um atrás do outro. O brotherzinho preto, pequeno e gordinho era sempre mais barulhento, subia na mesa, pulava no teto do carro, roubava comida, sapatos e meias, fazia xixi no pé da mesa, em cima da cama, na máquina de lavar, no sofá, e até mesmo em meu pé. 

Ela não é pouco danada, mas é chegada num carinho, num dengo demorado, passar debaixo das pernas dos outros (ela não se importa se é grandona e isso pode derrubar alguém), e dormir. Sempre medrosa. Tem medo de gente nova, de cavalo, bicicleta, carrinho de mão, capacete, sombrinhas, caixa de som, touca na cabeça, chapéu de palha e mais uma imensa lista de coisas.
O brotherzinho preto, pequeno e gordinho - Black (que eu chamo carinhosamente de Bebel), teve que ir embora ( D: ), mas ela ficou comigo. E quando eu tô triste ela vem ficar do meu lado. Quando eu deito no sofá pra assistir tevê, ela vem passar debaixo das minhas pernas. Quando vou comer, ela deita debaixo da mesa. Quando eu sento num banco, ela sobe em meu colo (de novo, pouco se importando se cresceu 'um pouquinho demais'. Eu não me importo também). Quando eu abro o portão de casas, ela sai para a rua, corre, passeia, brinca com os amigos-cachorros da rua, mas depois sempre bate com a pata no portão para eu abrir e ela poder entrar. Quando estou no computador, ela vem deitar no pé. Ela adora passear de carro (aproveita logo quando vê a porta aberta e pula pra dentro), dorme na escada, compartilha de minhas comidas (coisinhas que não a fazem mal), me abraça, lambe, e me ama - eu sei.

E eu a amo, muito. Porque ela é minha princesa, minha pequena, minha menininha, e o amor de mãe. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A saga do CamassaRock


TCC (ou monografia) é sempre aquela dor de cabeça. É raro de quem não reclame, é raro quem não precise sacrificar seus fins de semana, madrugadas e dignidade para entregar o bendito. E prevendo isso tudo (não com muita precisão. Na verdade, quase precisão alguma), logo no terceiro semestre da faculdade comecei a fazer altos planos de como seria o meu trabalho de conclusão de curso: uma revista de cultura. A ideia reunia as duas coisinhas que mais me chamavam a atenção no jornalismo: o jornalismo de revista e o cultural.
Só que no meio do curso chegou a matéria de rádio e tevê, e esses dois veículos que antes pareciam que não eram muito meu forte (eu até já quis fazer o curso de Rádio e TV, mas era pra atuar atrás das câmeras), passou a figurar como os meus favoritos. Tomei gosto - e a professora disse que eu levava mó jeito pra coisa. Pra completar, nessa mesma época fui estagiar na tevê, e lá também, a galera dizia que o vídeo e eu tínhamos tudo a ver. Aí me apaixonei: produção, edição, reportagem. Era tudo isso que eu queria pra mim! 
Depois de passar um ano atuando na tevê, tive que sair de lá. Mas o gosto por audiovisual não saiu de mim (não é a toa que comecei na faculdade fazendo Cinema). Todos os trabalhos que tive a oportunidade de utilizar o vídeo, esforços não foram poupados.
No sétimo semestre, chegou o Pré-Projeto de TCC e de uma coisa eu tinha certeza: ia ser em vídeo (documentário ou matéria especial). Mas ainda precisava correr atrás de um tema. Feminismo, racismo, movimento estudantil, umonte de coisa passou pela minha cabeça, eu tentava fujir do jornalismo cultural ("vamos mudar um pouco de ares?", pensava eu), mas ele me seguiu, e eis que resolvi falar do rock de Camaçari (uma paixão. Pra falar da minha relação com ele, renderia um post a parte).
Agora era pesquisa, pesquisa e pesquisa, escrever,  escrever e escrever, ufa. Mas tinha mais. Chegando no oitavo, somada às pesquisas, tinha a tal da produção. E olha, produzir um documentário é moleza não. Vai atrás dos entrevistados, marca com um, marca com outro, êta, temos que desmarcar, e o local de filmagem?, mas cadê o cinegrafista?, e as perguntas?, tem que passar primeiro pelo orientador, e a coordenadora do curso também tem que ver (beijos pros dois), esse plano não ficou bacana, e esse áudio menos ainda, tem ruido aí, tem que pegar as imagens, e decupar tudo, finalizar roteiro, selecionar vídeos, escolher as fotos, escrever. Mas, para tudo! Temos que nos dedicar também ao memorial, correr atrás de teoria (essa coisinha que vimos nos primeiros semestre e fazemos questão de minimizar durante o resto do curso), fazer sumário comentado, tem alteração do orientador, essa pesquisa aí tá pouca. Ufa, ufa, ufa.
Mas por fim, com o auxílio de minha amiga e colega de profissão Taís Araújo (que por percalços no caminho teve que abandonar o projeto dela e entrou no meu barco pra me ajudar a o fazer velejar), eis que surge o CamassaRock:

O rock é paixão. É assim que podemos traduzir o sentimento que move diversas pessoas que fazem desse ritmo sua vida. O CamassaRock é um documentário que retrata o rock no município de Camaçari, Região Metropolitana da Bahia, como um movimento alternativo impulsionado por atuações de divulgação e de ações que contribuem para o desenvolvimento e para a consolidação desse estilo musical. O vídeo traduz a paixão que move as plateias, os distintos grupos musicais, produtores, divulgadores, organizadores a apoiadores do movimento, traçando os principais acontecimentos que marcaram o rock na cidade, e sobretudo, a sua estruturação e profissionalização a partir do ano de 2009, quando, em reconhecimento da importância da cena, foi instituído o Dia Municipal do Rock.

O DVD do CamassaRock já está a venda, os interessados podem entrar em contato comigo para adquirir o seu.

PS: Quero agradecer  a uma cambada de gente que me ajudou pra caramba também: os entrevistados (Rudsson Santos, Flávio Guerra, Faustino Menezes, Ericson França, Oreah, Leandro Rodrigues, Edvaldo Filho, Roque Torres, Marilton Trabuco, Ítalo Oliveira, Pablues, Beto Bruno - em nome da Cachorro Grande, Deputada Luiza Maia e o Secretário Vital Vasconcelos), outros que não puderam participar, mas contribuíram muito (Paulo Papel e Emerson Carlos), minha mãe, meu pai, meu namorado, SECULT de Camaçari, Trakino Design, Barraca da Cultura, Alternative-se, Camaçari Rock, Coletivo Capivara, TV Câmara, Clube de Arte Fotográfica de Camaçari, Rejane Rangel, e a todos que sempre perguntavam 'e aí, Emile, e esse documentário?', davam força e estavam na torcida. Brigadão a todos vocês.

PSS: Fiz um teaser, queria postar aqui pra vocês, mas ainda não consegui upar no youtube. Quando eu consegui, atualizo o post ;)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Escudo

Amanhã ou depois,
Não importa mais,
Se tudo é tão fugaz
E o tempo é voraz.
Com você tudo é bem melhor
Sozinha não dá,
Mas se for assim, pra  ficar,
Que não seja só estória
Que palavra não é só contada,
É morada, espelho da alma

Lá fora tudo é tão escuro,

Quero teu escudo pra me amparar.
Lá fora é tudo tão frio,
Quero ser "nós dois", pra não ser um só

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Castelo de areia

Os anos se passaram
E eu ainda não sei
Se um dia serei eu,
Até quando mentirei para mim.
E depois do fim
Tudo pode ser um castelo de areia
E a onda sempre vem.
Já não sei mais quem sou,
Dos papeis que risquei,
Dos sonhos que sonhei
Se é somente o que busquei,
Mas o que tanto exige o mundo.
Ser sempre o primeiro
Não quero ser só número
Quero muito mais do que eu vi
O que têm a oferecer?

Mergulhar na escuridão
Andar sem direção
Pular sem ver o chão
Quem sabe ou poderá dizer
Pois até eu vivo sem saber
O que será do meu depois

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Foi ao cinema e matou o Führer


Quem assiste aos filmes de Tarantino sabe que ele não é autor de um personagem e tampouco de uma história, ele é criador de várias histórias e de vários personagens, que possuem grandezas imensuráveis.
E é assim em Bastardos Inglórios. Sem protagonistas, o cineasta coloca em tela estórias - sem h - situadas na Segunda Guerra Mundial. Mas é quase unânime entre os espectadores: bem que essa "estórias" poderia ter um h ali no começo e a trama apresentada bem que poderia ter acontecido de verdade. É que Tarantino fez o incrível: matou Hitler.
Uma judia francesa que presenciou a morte de sua família pelos nazista, um judeu-americano membro dos Bastardos - grupo que dedicava-se a vingar os malfeitos dos alemãs e matar cruelmente os nazistas, e um detetive nazi conhecido como O Caçador de Judeus. É nesse embaraçar de figuras chaves, nessa mistura de idiomas (o filme tem partes em inglês, francês, alemão e italiano), que presenciamos uma obra primorosa e formidável, com diálogos inteligentes e, claro, recheada de ação e sangue.