sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A saga do CamassaRock


TCC (ou monografia) é sempre aquela dor de cabeça. É raro de quem não reclame, é raro quem não precise sacrificar seus fins de semana, madrugadas e dignidade para entregar o bendito. E prevendo isso tudo (não com muita precisão. Na verdade, quase precisão alguma), logo no terceiro semestre da faculdade comecei a fazer altos planos de como seria o meu trabalho de conclusão de curso: uma revista de cultura. A ideia reunia as duas coisinhas que mais me chamavam a atenção no jornalismo: o jornalismo de revista e o cultural.
Só que no meio do curso chegou a matéria de rádio e tevê, e esses dois veículos que antes pareciam que não eram muito meu forte (eu até já quis fazer o curso de Rádio e TV, mas era pra atuar atrás das câmeras), passou a figurar como os meus favoritos. Tomei gosto - e a professora disse que eu levava mó jeito pra coisa. Pra completar, nessa mesma época fui estagiar na tevê, e lá também, a galera dizia que o vídeo e eu tínhamos tudo a ver. Aí me apaixonei: produção, edição, reportagem. Era tudo isso que eu queria pra mim! 
Depois de passar um ano atuando na tevê, tive que sair de lá. Mas o gosto por audiovisual não saiu de mim (não é a toa que comecei na faculdade fazendo Cinema). Todos os trabalhos que tive a oportunidade de utilizar o vídeo, esforços não foram poupados.
No sétimo semestre, chegou o Pré-Projeto de TCC e de uma coisa eu tinha certeza: ia ser em vídeo (documentário ou matéria especial). Mas ainda precisava correr atrás de um tema. Feminismo, racismo, movimento estudantil, umonte de coisa passou pela minha cabeça, eu tentava fujir do jornalismo cultural ("vamos mudar um pouco de ares?", pensava eu), mas ele me seguiu, e eis que resolvi falar do rock de Camaçari (uma paixão. Pra falar da minha relação com ele, renderia um post a parte).
Agora era pesquisa, pesquisa e pesquisa, escrever,  escrever e escrever, ufa. Mas tinha mais. Chegando no oitavo, somada às pesquisas, tinha a tal da produção. E olha, produzir um documentário é moleza não. Vai atrás dos entrevistados, marca com um, marca com outro, êta, temos que desmarcar, e o local de filmagem?, mas cadê o cinegrafista?, e as perguntas?, tem que passar primeiro pelo orientador, e a coordenadora do curso também tem que ver (beijos pros dois), esse plano não ficou bacana, e esse áudio menos ainda, tem ruido aí, tem que pegar as imagens, e decupar tudo, finalizar roteiro, selecionar vídeos, escolher as fotos, escrever. Mas, para tudo! Temos que nos dedicar também ao memorial, correr atrás de teoria (essa coisinha que vimos nos primeiros semestre e fazemos questão de minimizar durante o resto do curso), fazer sumário comentado, tem alteração do orientador, essa pesquisa aí tá pouca. Ufa, ufa, ufa.
Mas por fim, com o auxílio de minha amiga e colega de profissão Taís Araújo (que por percalços no caminho teve que abandonar o projeto dela e entrou no meu barco pra me ajudar a o fazer velejar), eis que surge o CamassaRock:

O rock é paixão. É assim que podemos traduzir o sentimento que move diversas pessoas que fazem desse ritmo sua vida. O CamassaRock é um documentário que retrata o rock no município de Camaçari, Região Metropolitana da Bahia, como um movimento alternativo impulsionado por atuações de divulgação e de ações que contribuem para o desenvolvimento e para a consolidação desse estilo musical. O vídeo traduz a paixão que move as plateias, os distintos grupos musicais, produtores, divulgadores, organizadores a apoiadores do movimento, traçando os principais acontecimentos que marcaram o rock na cidade, e sobretudo, a sua estruturação e profissionalização a partir do ano de 2009, quando, em reconhecimento da importância da cena, foi instituído o Dia Municipal do Rock.

O DVD do CamassaRock já está a venda, os interessados podem entrar em contato comigo para adquirir o seu.

PS: Quero agradecer  a uma cambada de gente que me ajudou pra caramba também: os entrevistados (Rudsson Santos, Flávio Guerra, Faustino Menezes, Ericson França, Oreah, Leandro Rodrigues, Edvaldo Filho, Roque Torres, Marilton Trabuco, Ítalo Oliveira, Pablues, Beto Bruno - em nome da Cachorro Grande, Deputada Luiza Maia e o Secretário Vital Vasconcelos), outros que não puderam participar, mas contribuíram muito (Paulo Papel e Emerson Carlos), minha mãe, meu pai, meu namorado, SECULT de Camaçari, Trakino Design, Barraca da Cultura, Alternative-se, Camaçari Rock, Coletivo Capivara, TV Câmara, Clube de Arte Fotográfica de Camaçari, Rejane Rangel, e a todos que sempre perguntavam 'e aí, Emile, e esse documentário?', davam força e estavam na torcida. Brigadão a todos vocês.

PSS: Fiz um teaser, queria postar aqui pra vocês, mas ainda não consegui upar no youtube. Quando eu consegui, atualizo o post ;)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Escudo

Amanhã ou depois,
Não importa mais,
Se tudo é tão fugaz
E o tempo é voraz.
Com você tudo é bem melhor
Sozinha não dá,
Mas se for assim, pra  ficar,
Que não seja só estória
Que palavra não é só contada,
É morada, espelho da alma

Lá fora tudo é tão escuro,

Quero teu escudo pra me amparar.
Lá fora é tudo tão frio,
Quero ser "nós dois", pra não ser um só

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Castelo de areia

Os anos se passaram
E eu ainda não sei
Se um dia serei eu,
Até quando mentirei para mim.
E depois do fim
Tudo pode ser um castelo de areia
E a onda sempre vem.
Já não sei mais quem sou,
Dos papeis que risquei,
Dos sonhos que sonhei
Se é somente o que busquei,
Mas o que tanto exige o mundo.
Ser sempre o primeiro
Não quero ser só número
Quero muito mais do que eu vi
O que têm a oferecer?

Mergulhar na escuridão
Andar sem direção
Pular sem ver o chão
Quem sabe ou poderá dizer
Pois até eu vivo sem saber
O que será do meu depois

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Foi ao cinema e matou o Führer


Quem assiste aos filmes de Tarantino sabe que ele não é autor de um personagem e tampouco de uma história, ele é criador de várias histórias e de vários personagens, que possuem grandezas imensuráveis.
E é assim em Bastardos Inglórios. Sem protagonistas, o cineasta coloca em tela estórias - sem h - situadas na Segunda Guerra Mundial. Mas é quase unânime entre os espectadores: bem que essa "estórias" poderia ter um h ali no começo e a trama apresentada bem que poderia ter acontecido de verdade. É que Tarantino fez o incrível: matou Hitler.
Uma judia francesa que presenciou a morte de sua família pelos nazista, um judeu-americano membro dos Bastardos - grupo que dedicava-se a vingar os malfeitos dos alemãs e matar cruelmente os nazistas, e um detetive nazi conhecido como O Caçador de Judeus. É nesse embaraçar de figuras chaves, nessa mistura de idiomas (o filme tem partes em inglês, francês, alemão e italiano), que presenciamos uma obra primorosa e formidável, com diálogos inteligentes e, claro, recheada de ação e sangue.




quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Divagando

Eu não sei do meu caminho
Se a flor é só dor e espinho 
E a labuta da luta caleja/
Rotina bate na porta
E eu, morta, atola, "não chora",
Rezo, peço a 'alguém do chão'
Porque o então é longo e longe/
E a fome (que não quer só comida) não espera
Só aperta, acelera, desacerta os sentidos//
Em toda esquina um perigo
O rastro manso do inimigo
Que insisto em bater de frente
Porque valente é gente que não arreda o pé
Venha o que vier, faça o que quiser
Pois tudo o que fizer é de coração aberto//
A liberdade é a primeira lei
Na terra que derrubamos reis
Sangue nos'óio. Não corre, menino
Peregrino do mundo maldito,
Andarilho sem destino 
Que num desatino,
Um dia ainda vai inverter esse mundo - vagabundo
E a flor vai ser só cheiro e cor
Espinho não mais terá

terça-feira, 23 de julho de 2013

Além da burca

Mariam e Laila, duas mulheres que tiveram que enfrentar na pele, cotidianamente, as tragédias ocasionadas pelas tantas guerras que o Afeganistão passou, que viveram invasões, conflitos internos, tiveram que fazer das bombas, ataques e misseis fatalidades de seus dia-a-dia. Que em baixo da burca guardavam as marcas da opressão, que eram vítimas da cultura machista em seu maior extremismo, que eram punidas pelo simples fato de serem mulheres num dos piores países do mundo para nascer uma mulher .
Mariam cresceu em uma pequena aldeia do interior, subindo em árvores, pescando, aprendendo os fazeres domésticos. Até os 15 anos, a menina vivera num "seguro" universo da infância e da pureza. A partir de então, ela começa a conhecer esse mundinho insano, estranho, e (cruelmente) real. A harami (bastarda) percebe que os tantos presentes que seu pai lhe dava quando ia a visitar uma vez por semana, fazia parte apenas de um teatro, encenação feita para comprar o seu carinho e perdão. 
Laila cresceu na movimentada capital Cabul, filha de mãe autônoma e decidida, pai intelectual e mente aberta, frequentou escola - sendo aluna de uma professora com admiração pelo comunismo, cultivou amizades, fez planos para entrar na universidade, se apaixonou. 
É sobre o entrelace da vida dessas duas mulheres quase antagônicas que Khaled Hosseini escreve no livro A Cidade do Sol (2007). Nas intrigantes 368 páginas, Mariam e Laila ganham vida, sob o cenário do Afeganistão. Um narração inteligente, que fisga o leitor e o faz passear com leveza por uma história complexa e fascinante. 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Seis músicas

Vi por aí, achei uma ideia bacana: um tumblr que se propõe a criar listas musicais para momentos especiais. É o Seis Músicas, e as listas são de uma variedade criativa, tem músicas para pintar as unhas, fazer sexo, lavar louça, ouvir no ônibus e para acordar de bom humor. Me identifiquei com a proposta, mas as faixas escolhidas não. A maioria, ou eu não conhecia a música, ou não gostava. Então resolvi fazer minhas próprias listas. Escolhi as categorias que mais curti (ou que tive mais facilidade para achar músicas que se adequassem), preenchi, e pronto, vim postar aqui:

Para ir para as ruas


1 - E Vamos a Luta - Gonzaguinha
2 - Essa Luta é Nossa - Fumasound
3 - Nada - Olho Seco
4 - Bete Balanço - Cazuza
5 - Mosca na Sopa - Raul Seixas
6 - Moleque Atrevido - Jorge Aragão

Para Ouvir Chapado


1 - Ponto Cego - Cícero
2 - Beija Flor - Cacife Clandestino
3 - Remédios - Ultrasônica
4 - Contato Imediato - Arnaldo Antunes
5 - Is This Love - Bob Marley
6 - Fenix - Declinium

Para os 20 e poucos


1 - História pra Contar - Moptop
2 - Velha e Louca - Mallu Magalhães
3 - Seu Minuto, Meu Segundo - Gram
4 - Babylon - Zeca Baleiro
5 - Mente Positiva - Mukeka di Rato
6 - Sou Uma Criança, Não Entendo Nada - Erasmo Carlos

Para curtir o carnaval


1 - Copacabana - Marcelo Camelo
2 - Moda de Samba - Velotroz
3 - Deixe-se Acreditar - Mombojó
4 - Exu Parade - Otto
5 - Todo Carnaval tem seu Fim - Los Hermanos
6 - Samba Sambei - Criolo

Para quebrar tudo


1 - Por um Rock'n Roll Mais Alcoólatra e Inconsequente - Rock Rocket
2 - É Melhor Pensar Duas Vezes - Vivendo do Ócio
3 - Clube dos Canalhas - Matanza
4 - Violência e Sobrevivência - Lixomania
5 - Sugar - System of a Down
6 - World Rotten - The Pivos