sexta-feira, 27 de maio de 2011

Curto e grosso: Sobre Estômago, Rio e Bruna Surfistinha

Obra de 2007, Estômago é dirigido por Marcos Jorge e conta a história de Nonato, um homem que tem a vida norteada pela comida, tudo que ele consegue na vida é através dessa arte, seja as vantagens e as desgraças. Não bastasse a história ser interessante, ela ainda é contada de forma muito boa, através de uma montagem diferenciada, que, não recorrendo a linearidade, produz um paralelo entre as duas fases do personagem. Bom, o  baixo orçamento interferiu na direção de arte, o filme se limita, basicamente, a cenas internas, porém, consegue externar tudo o que Estômago quer mostrar: crueza. Uma trama que envolve sexo, comida e poder não vemos por aí todo dia, por essas e outras, vale muito a pena assistir.

Uma pequena ave azul criada como animal de estimação, acabou adquirindo comportamento humano, e por isso não sabe voar. Sem essa característica natural das aves, Blue, enfrentará dificuldades no Brasil, país que veio pra encontrar uma fêmea correspondente e assim 'salvar a espécie'. Bom, ok, todo mundo sabe a história de Rio. É um filme clichê, super clichê, hiper clichê. A história é sem graça, os personagens são mal desenvolvidos, parece até uma mistura de cópias mal feitas das animações hollywoodianas. O filme é justificado apenas pela bela direção de arte (não é extraordinária, mas é boa, tenhamos que dizer), que aplicou muito bem o 3D.

Eu não sei o que Marcos Baldani pretendia ao dirigir Bruna Surfistinha, mas tudo bem. É um filme meia boca, nem tanto nem tampouco, sabe? Aquela coisa super sem sal. O roteiro foi mal construído, cada ato parece ter sido feito aleatoriamente, não dando uma sensação de segmento na obra, e sim de fragmentação, uma completa desarmonia. Vale um pouco pelas atuações, boas, nada de outro mundo e que mereça aplausos, mas boas. Bruna Surfistina é o típico filme pipoca, que você acaba de ver e surge apenas o vazio na sua mente. Né, eu não esperava muita coisa mesmo.

domingo, 15 de maio de 2011

Rapidinha: Sobre Angles

   Quarto albúm da banda de indie rock americana, Angles começou a ser construído em 2009, mas só saiu do forno em março de 2011. Desde o anúncio que o novo CD do Strokes já estava a venda eu fiquei animadíssima, e eis que surgiu a oportunidade de comprá-lo. Foi um momento cômico, olhava despreocupadamente as prateleiras e dou de cara com um dito cujo, ele olhou pra mim, eu olhei pra ele e abri um sorriso de criança quando ganha pirulito,  o peguei depressa, depressa mesmo, como se ele fosse sumir dalí no próximo instante.
   E então sobre o CD? É um disco subestimado. O que mais eu ouvia por aí era que o Angles fugia dos padrões da banda e não tinha a cara do Strokes. Ou eu estou muito ruim musicalmente, ou estão todos surtados, porque nesse disco eu vi sim a cara da banda. Foi um albúm bem construído, elaborado e, digo mais, sofisticado. 
   Ok, claro, peca em algumas coisinhas e não alcança a maestria de discos anteriores. Mas não tiro o mérito de Angles, é um albúm que consegue ser diferente e ainda assim não fugir à essência. 
   Viciei na Under Cover of Darkness.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Uma vitória pela metade

   Como é sabido, semana passada o STF reconheceu, por unanimidade, a união estável homossexual como entidade familiar, assegurando aos casais gays direitos como possibilidade de pensão alimentícia, herança, partilha de bens e inclusão do cônjuge como dependente. Sem dúvida, uma vitória, não só para a comunidade GLBTT, mas também para o país, que dá um passo a frente para a garantia da igualdade de direitos, foi a vitória da liberdade.
   Liberdade, a mesma justificativa que alguns cidadãos utilizam para fundamentar o seu posicionamento contrário a criminalização da homofobia, dizem por aí que a liberdade de expressão dão a eles o direito de serem contra os gays. Pois é, a decisão do STF gerou uma onda de comemoração por uma parte da população, gente de bom senso, mas os que não compartilham desse privilégio (do tal do bom senso), julgou a ação como o fim do mundo. É, sabemos também que foi uma resposta esperada, mas peraê, eu me indigno: como há gente limitada nesse mundo!
   Notei que a maior parte das cartas de leitores nos jornais eram de pessoas contra a união gay, conservadores que justificam seu posicionamento com as palavras bíblicas, outros que diziam que estamos perdendo os bons costumes. Hoje mesmo, no jornal A Tarde, um leitor fez uma declaração que possuía como título 'tragédia brasileira' e discorria que os valores da família estão se perdendo. Se não fosse lamentável, seria até engraçado perceber que o nosso país está infestado de gente retrógrada e cabeça dura. 
   E sabe como eu classifico isso? Hipocrisia. Pessoas que parecem está descontextualizados do mundo em que vive, fruto de uma sociedade preconceituosa. Uma senhora pronunciou-se no jornal e falou que a mídia está deseducando a população jovem, fazendo com que estes achem que a união homossexual é mais correta do que a união heterossexual. Ora, minha cara, o grande erro social é essa idéia impregnada de certo e errado, 'isso é bom, isso é ruim', não, são idéias assim que nos limita.
   O mais interessante é perceber que nesses mesmos jornais não saiu quase nenhuma carta de leitor que protestasse diante essas acusações infundadas, ou que simplesmente se posicionasse favorável a ação do STF. Será que essa gente normal ficou calada? Ou será que os impressos não deram espaço? Fica a dúvida.
   A decisão da justiça foi uma grande vitória para a sociedade, mas notar que uma grande parcela da população ainda está infectada pelo preconceito tira um pouquinho desse sabor.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Se eu fosse

Dia desses tava olhando o perfil no facebook da colega Saadia, e no 'sobre você' encontrei uma listinha inusitada, intitulada 'se eu fosse'. Como vocês sabem que eu adoro listas, não hesitei e logo respondi. Então, vamos a ela:

Se eu fosse um mês, eu seria: janeiro
Se eu fosse um dia da semana: sábado
Se eu fosse um horário do dia: 18h
Se eu fosse um planeta ou astro: marte
Se eu fosse uma direção: norte
Se eu fosse um móvel: guarda-roupas
Se eu fosse um líquido: Smirnoff Ice
Se eu fosse um pedra: ametista
Se eu fosse uma árvore: jambeiro
Se eu fosse uma fruta: uva
Se eu fosse uma flor: copo-de-leite
Se eu fosse um clima: nublado
Se eu fosse um instrumento musical: contrabaixo
Se eu fosse um elemento: ar
Se eu fosse uma cor: marrom
Se eu fosse um bicho: cachorro
Se eu fosse uma música: Sombras e Luzes
Se eu fosse um sentimento: amor
Se eu fosse um livro: Pequena Abelha
Se eu fosse um lugar: Londres
Se eu fosse um gosto: chocolate meio amargo
Se eu fosse um cheiro: pão-de-queijo
Se eu fosse uma palavra: contemplação
Se eu fosse um objeto: livro
Se eu fosse um verbo: viajar
Se eu fosse uma parte do corpo: boca
Se eu fosse uma expressão facial: sorriso
Se eu fosse um filme: Má Educação
Se eu fosse um número: 8
Se eu fosse uma estação: outono

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Chanchada

   Espetáculo onde se predomina o humor ingênuo, burlesco e popular, com toque malicioso e até mesmo picante. Mistura de comédias musicais, filmes policiais, ficção científica e humor trash. Apesar de ser considerado pela crítica vulgar e grotesco, o gênero foi bastante popular no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, sucesso de público e símbolo do cinema nacional.
   As obras traziam astros das rádios, como a Carmen Mirando e Francisco Alves, além de ter popularizado a dupla de comediantes Oscarito e Grande Otelo. Usando de linguágem acessível, as chanchadas não só usavam do humor, como também denunciavam as mazelas sociais. Anedotas e o jeito malandro de falar e se comportar, tipicamente carioca, se embaraçavam com o uso de caricaturas norte-americanas.
   A primeira fase das chanchadas é o período das comédias mudas; porém, quando a fala chegou ao cinema, uma enorme gama de musicais foram produzidos, dando início, assim, a segunda fase, com obras carregadas de música, encenação e cenário carnavalesco. A terceira fase do gênero, Os Carnavalescos de Atlântida, foi um período em que a companhia cinematográfica começa a abraçar também os musicais.
   Sua quarta fase configura-se na pura chanchada e todos seus aspectos que a caracterizam: o uso do mocinho e da mocinha, do ator cômico e do vilão, cenas com toques de mistério, lutas e final feliz. Os musicais carnavalescos dão lugar ao tom debochado, dedicando-se às paródias a filmes norte-americanos e a política brasileira.
   A última fase das chanchadas é o que se pode chamar de chanchadas B, quando outras companhias de cinema começaram a produzir filmes do gênero, mas sem conseguir alcançar a qualidade técnica das obras de Atlântida. A Herbert Richers surgiu como a rival da Atlântida e inundou o pais com suas produções. As histórias repetitivas, os bordões exagerados, falha na fotografia, na sonoplastia e na montagem, levaram a crítica a repudiar as chanchadas, apesar disso, o gênero continuava a fazer sucesso entre o público.
   Inspirado nas comédias italianas e filmes europeus, surge na década de 1970 as pornochanchadas, um reflexo da revolução social que se fomentava, provocando a liberação dos costumes. Surgida em São Paulo, as pornochanchadas misturavam o erotismo numa produção super trabalhada em estética. Apesar de não haver cenas de sexo explícito, a censura da época o comparava a filmes pornográficos, retalhando alguns filmes e criando algumas exigência.
   Filmes repletos de nudez e palavrões, ganhou grande visibilidade e se tornou popular, sendo produzidos por produtores independentes. Muito lucrativas, as pornochanchadas lançou alguns nomes como o de Sônia Braga, Antônio Fagundes, Reginaldo Faria e Vera Fischer.
   Além da chegada do cinema novo, que trazia uma faceta mais politizada, o próprio desgaste do gênero das chanchadas o fez perder espaço. Porém é hoje considerado o período mais quantitativamente produtivo do cinema nacional.




Feito com ajudinha dos amigos da Wikipédia e da Mundo Estranho

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O que esperar do Rock in Rio 2011?

   Um dos maiores festivais musicais do mundo, o Rock in Rio nasceu em 1985, e em sua história já levou para o palco nomes como AC/DC, Iron Maiden, R.E.M., Oasis, Guns N' Roses, Foo Fighters e Scorpions, além de ajudar a consagrar bandas nacionais como Os Paralamas do Sucesso, Titãs, Barão Vermelho, Blitz, Pato Fu, Ira! e Cássia Eller. Um evento sempre lembrado pela sua grandiosidade, qualidade e pelo grande sucesso que fez. Mas o tempo vai passando, o mundo vai mudando... E as coisas não são mais como antes. Ano passado mesmo, quais eram as atrações? Ah sim, Shakira, Miley Cirus, Ivete Sangalo e Rihanna. E em 2008? Alejandro Sanz, Ivete Sangalo e Shakira. Né... Pra vocês verem que nem só de rock se vive o Rock in Rio. E ainda dizem por aí que é 'ecletismo e democracia', Ok.
   Mas aí, pensou alguns (os muito atrasados e desinformados) 'Ah, mas esse ano que é no Brasil de novo, quem sabe as coisas melhorem...' Puro engano, lamento dizer. Maria Gadu, Rihanna, Cláudia Leitte (pasmei), Jota Quest (é de chorar), Ivete Sangalo, Shakira e Jay-Z são alguns dos artistas que se apresenterão nessa edição. É claro que o mundo não tá perdido, tem muita coisa boa, coisinhas supimpas como Marcelo Camelo, Coldplay, Jupiter Maçã, Tuninho Arnaldo Antunes, Slipknot, Matanza, Sepultura, Nação Zumbi, Móveis Coloniais de Acajú e outras belezinhas também vão estar lá dendo o ar da graça.
   Talvez eu esteja reclamando demais, é... Talvez... Tem realmente várias bandas bacaninhas. Mas aí você olha a programação e vê o motivo do alarde. Tenso é pouco. Bom, pelo menos isso já é um bom motivo pra eu poder me justificicar quando alguém me perguntar se eu vou pro Rock in Rio, melhor do que dizer que é porque eu estou sem dinheiro.
   Bom, gracinhas a parte, o fato é que está cada vez mais difícil viver nesse mundo de música pop. Se nem no Rock in Rio mais o rock é rei, o que será de nós, coleguinhas de luta caros companheiros?
   Oremos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Metal extremo Fora do Eixo


- Quando: 08 de maio, às 16h
- Onde: Mega Star (Praça dos 46 - Camaçari)
- Quanto: R$10
- Bandas: Mórbido Sistema (Simões Filho)Malefactor (SSA), Into the Corpse (SSA), Incrédula (SSA), Deformity (Feira de Santana)


Realização: Capivara Coletivo Cultural