segunda-feira, 30 de julho de 2012

Meu transbordar de sentimento

   Seja em abraços calorosos, em sorrisos verdadeiros ou olhares perigosos. O  que eu gosto é esse transbordar de sentimento. Nunca fui de alma leviana. Mas esses dias me espantei comigo, constatando o quanto eu amo essa entrega - e sem parecer sentimentalista.
   Isso não quer dizer que morro de amores por qualquer um ou em imediatismo. Tenho meu tempo, demoro em gostar. Mas quando gosto, não gosto bem de leve. Nem por isso preciso ser exagerada. Namoro as pequenas demonstrações de afeto: aquela palavra confortável ou um convite repentino. Me assusto com essa gente apaixonada em excesso, e também com os muito secos e apáticos.
   Por mais que eu aparente ser essa pessoa sem emoção, é gigante o encanto que carrego. Não grito aos sete cantos, assim não julgo necessário. Mas me lambuzo com esse meu coração piegas, com essa minha alma apaixonada. 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Pais e Filhos - Tributo a Renato Russo e Legião Urbana

- Quando: 04 de agosto, às 21h
- Onde: Casa Branca (Avenida Eixo Urbano Central - Camaçari)
- Quanto: R$15
- Bandas: Duas Tribos (Legião Cover), AD Libitum
 
- E mais: DJ Alcapone, mostra de vídeos, fotos e documentários de Legião Urbana

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Curto e grosso: Sobre Pulp Fiction, Para Roma Com Amor e Hairspray

   Pulp Fiction - Tempos de Violência é cheio de sangue, armas, violência, drogas, sexo e tudo mais. Mas todas essas coisas são contadas com a naturalidade de uma dança, assim como a naturalidade de seu enredo: a livre a narração de fatos, sem conflito nem herói, completado com diálogos afiadíssimos. Primeiro e melhor filme que assisti de Tarantino, Pulp Fiction deve ser visto até mesmo por quem não gosta de sangue na tela.
   Numa montagem inteligente, três histórias são contadas. Na primeira, dois mafiosos, Vincent e Jules, precisam fazer uma cobrança, o que resulta em muita morte e sangue. Na outra, Vincent é ordenado a fazer companhia a mulher de seu perigoso chef, que está viajando. E na última, somo apresentados ao boxeador Butch, que surpreende vencendo uma luta de ganhador pré-definido. 

   Conheço quase nada de Woody Allen, mas sei que ele é um gênio cinematográfico. Porém o último filme (que faz parte de seu tour pela Europa), Para Roma Com Amor, não tem muita coisa de genial. Apesar da poesia doce do cineasta, tudo é bastante leviano e soa meia boca.
   São quatro histórias paralelas, que nunca se cruzam: Em uma, o próprio diretor interpreta um produtor cultural, que enxerga no sogro de sua filha, talento para a ópera, mas ele só consegue cantar bem no chuveiro. Somos também apresentados a Leopoldo Pisanello, um romano comum que fica famoso da noite pro dia, sem nenhum motivo aparente. Depois conhecemos a história de um casal do interior da Itália, que, chegando a capital, se perdem e envolvem-se em grandes confusões. Por fim, temos a história de um arquiteto que se reencontra consigo mesmo, em sua juventude, e revive uma história de amor mal resolvida.

   Tenho antipatia por musicais, mas acho que até mesmo os fãs do gênero não tenham muito apresso por Hairspray. O filme se passa na década de 60 e conta a história de uma menina gordinha que deseja virar dançarina de um famoso programa da tevê, mas a emissora  faz de tudo para boicotar Trancy, porque ela foge dos padrões estéticos. Preconceito que se estende aos negros, resultando em protestos e toda uma luta social. Hairspray é crítico, sim, tem uma estética bem bonitinha, sim, mas lembra demais Malhação e filmes teens: cansativo e chatinho. Talvez eu não goste somente porque não me encanto com musicais. Talvez.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Feijoada do tributo - 23 anos sem Raul Seixas


- Quando: 05 de agosto, às 12h
- Onde: Espaço Bahamas (Gleba C - Camaçari)
- Quanto: R$10 (a venda na New Look Surf Wear - Praça Abrantes)
- Bandas: declinium, Dr. Gore, O Manto, Bonagers, Gruta Sound System, Regis, Raul

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Feliz nosso dia!

Que hoje (e todos os outros dias) seja de muito rock pra todos. Parabéns aos que insistem em fazê-lo, sobretudo nessa nossa terra do dendê, e a todos que apostam e apoiam a cena.  Vida longa!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Especial Dia Mundial do Rock'12




Por Emile Lira e Faustino Menezes


   Para muitos, dia de rock é todo dia, mas o calendário reserva uma data especial para um dos ritmos mais empolgante do planeta, esse rebelde filho do R&B, jazz e country. A origem vem lá da década de 80, num festival realizado simultaneamente em duas cidades dos Estados Unidos, onde vários artistas subiram ao palco em prol do fim da fome na Etiópia. Muitos eventos assim aconteceram nessa época, mas esse, em 13 de julho de 1985, foi o que conseguiu maior arrecadação. E mesmo que hoje não se tenha nenhum registro visual dos shows, a data ficou marcada como o Dia Mundial do Rock.

   Desde os tempos de Chuck Berry e Little Richard, explodindo com o faça você mesmo, lema do punk setentista, reunir bateria, baixo, guitarra e álcool pode dá bons frutos. Dos Beatles a Nirvana, de Rolling Stone a Iron Maiden, chega a ser quase incontável, são do rock os grandes nomes sagrados da música mundial. Até mesmo na chamada terra do samba e do carnaval, mestre Raul pode se orgulhar dos discípulos, seja com Renato, Cazuza ou Cássia Eller.

   O ritmo é imortal por essa sua capacidade de inovar e transcender gerações. E hoje, com tantas novas – e ótimas – bandas que vêm surgindo, podemos sim afirmar que o rock não morreu, e o pai Elvis deve estar feliz.


COMEMORAÇÕES Para comemorar a data, Salvador tem programação especial. O Rock Concha leva na sexta-feira (13) à Concha Acústica do Teatro Castro Alves a baianíssima Cascadura e Agridoce, dupla formada pela cantora Pitty e pelo guitarrista Martin Mendonça. Sábado (14) quem sobe no palco é Vivendo do Ócio, uma das bandas soteropolitana que mais vêm ganhando destaque no cenário nacional, e Titãs, ícone do rock brasileiro. E para fechar o evento, no domingo (15) é a vez de Frejat e Maglore saudarem o Dia do Rock.


CAMAÇARI Já na cidade da árvore que chora, a comemoração acontece no domingo (15), quando bandas da cidade se juntarão a algumas convidadas. Psicopop, O Manto e Diário Urbano dividem palco com Pastel de Miolos, Velotroz, Camarones Orquestra Guitarrística e Vivendo do Ócio. A festa acontece a partir das 15h, no Espaço Armazém.


VELOTROZ NO DIA MUNDIAL 
E para saber mais do que pode acontecer no Dia Mundial do Rock 2012 em Camaçari, conversamos com Giovani Cidreira, vocalista, violonista e compositor da Velotroz, ele nos contou o que a banda do futuro prepara para a apresentação.

No currículo, o grupo carrega dois EPs bem sucedidos e aceitos pela crítica e público, shows enérgicos e fora do comum. A Velotroz dispensa qualquer apresentação, mas nunca é demais lembrar que a trupe, formado por seis jovens e talentosos músicos de Salvador, ganhou uma das competições mais desejadas por bandas baianas do estado: Desafio das Bandas do Grupo A Tarde, com um júri que contou até com o músico Fábio Cascadura, outro que dispensa apresentação.

 Os músicos se preparam pra vir pela segunda vez em Camaçari, mas pela primeira vez com uma responsabilidade tão grande como a de tocar no Dia Mundial do Rock ao lado de bandas importantes do rock baiano na cidade do Pólo.

Alternative-se: A banda acaba de lançar o EP A Banda do Futuro Apresenta: Espelho de Sharmene, e já estreou o repertório novo em show no Teatro Vila Velha, correto? Além do set-list, o que irá mudar na banda do último show em Camaçari para o do Dia Mundial do Rock?
Giovani Cidreira: 
Sim, lançamos o EP Banda do Futuro Apresenta Espelho de Sharmene e o show "Espelho de Sharmene". Nesse show tocamos as músicas dos dois EPs que temos lançados e algumas músicas de gente que agente acha que sempre valerá a pena ouvir, como Sergio Sampaio e Arnaldo Baptista. As coisas mudaram. Agora nós tocamos apenas com o propósito de alertar as pessoas das coisas que viram no futuro, da falta de proximidade entre as pessoas, da falta de urgência no amor. Finalmente revelamos nossa missão aqui. Salvar o futuro da desilusão.


A: Como vocês se sentem em fazer esse show dia 15?
GC: 
Esse é o terceiro show que vamos fazer com esse novo EP, estamos com muita vontade de tocar essas musicas e de contar para as pessoas o que vai acontecer daqui pra frente com nossas vidas. Além do mais, estávamos com vontade de voltar a Camaçari faz tempo. A cidade tem uns bares legais e a galera é muito receptiva... Um barato.
A: Até hoje vocês lançaram dois EPs (Parque da Cidade e Espelho de Sharmene) e já estão com um álbum prontinho pra ser lançado. Tocarão alguma música do disco no show?
GC: Só tocaremos músicas dos trabalhos que já foram lançados. Da ultima vez que estivemos na cidade nós tocamos todas as musicas do disco novo, (risos). Combinamos não fazer mais isso. Quem foi, foi! (risos).


A: Dia Mundial do Rock: como vocês enxergam essa data atualmente? E qual a importância dela?
GC: 
Eu acho legal, (risos). Esse dia me faz pensar... “Eu tenho uma banda de rock, que legal”. Faz pensar como isso é difícil e ao mesmo tempo tão bom. É como no dia do samba. Eu adoro.


A: E voltar em Camaçari? Como foi a primeira vez e o que esperam do dia 15?
GC: 
A primeira foi uma loucura. Nós tocamos todas as músicas de um disco que ainda nem lançamos, fizemos boas amizades, brigamos e ficamos doidos mesmo, né? Eu virei fã da cidade.


A: Vai rolar algo especial pra esse show?
GC: 
Sharmene prometeu aparecer, isso é difícil, espero que role.


A: Vocês são de Salvador. Qual a diferença do público de Camaçari pro soteropolitano? Se é que há diferença.
GC:
 A diferença é que estamos tocando pra pessoas que de repente não conhecem a Velotroz, ou nunca foram num show nosso por morar em outra cidade, mas que gostam muito da banda e sabem cantar as músicas e tal. Isso torna a coisa toda mais interessante pra nós. É legal ver rostos diferentes.


A: E como é tocar com a Vivendo do Ócio, que está se destacando cada vez mais no cenário musical nacional?
GC: 
É bom saber que vamos ter esse publico lá, de pessoas que de repente não conheceriam a Velotroz agora. Já tocamos com a Vivendo (do Ócio) outra vez, faz tempo, muita coisa mudou, eles mudaram, nós também. A galera é doida, vai ser legal.


A: E a ansiedade? Está muito grande?
GC: 
Sim... Parece que vai ter muita gente lá no dia, vamos tocar com um pessoal bom, danado ‘mermo’. Nós gostamos da cidade, adoramos ir a Camaçari pra tocar. Espero que agente faça um bom show, quero que o povo goste, e que ouçam os ensinamentos da tecnologia divina Sharmene. Um beijo pra vocês!



*esse post original é do alternative-se, um blog sobre música independente e cultura underground, acesse, siga e acompanhe ;)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Desconstruindo: maconheiros devem morrer

   "Pra mim todo maconheiro deveria morrer" 

  Não conseguir ter muita reação após ouvir essa frase, sobretudo porque ela foi dita como se fosse a mais bonita do mundo, daquelas que anotamos na agenda, e por alguém que se acha o grande defensor dos bons modos. Seguida dela veio o estopim: "se usa drogas pode ser assassino".
   Muito se discutiu a descriminalização da maconha nos últimos tempos, seja em blogs e até em programas de tv mais 'cabeça aberta'. Meu posicionamento sempre foi favorável, mas nunca levantei bandeira, o tema não me parecia tão importante a ponto de resolver fazer um post (como se isso lá fosse grande coisa).
   Mas eis que começo a perceber que não é uma questão bobinha e tão desimportante assim, que extrapola o ser pró legalização ou não. Mas sim uma discussão para tentar desmistificar um estigma social, que na verdade, na verdade, é fruto de preconceito, esse que é a raiz de todas essas pautas aqui do 'desconstruindo' e de tantas pautas, fatos e máscaras nesse mundo.
   Constatamos uma sociedade que simplesmente se nega a discutir a descriminalização do uso da maconha, e se julgam muito bons cidadãos por isso. Os usuários continuam sendo vistos com muito olhar torto por aí, basta ver os noticiários sensacionalistas que massificam o quanto os jovens maconheiros são desordeiros e malfeitores. Definitivamente não consigo fazer ligação dessa droga com má conduta ou bandidagem. Não que seja bandeira de luta, mas não se deve fingir colocar ponto final num assunto que está longe de estar em fim de papo. 
   Maconha virou bixo papão. Mas abominar seu uso em uma sociedade na qual o álcool, legalizado, é que mata muita (muita) gente por aí parece contraditório, achar que todo usuário é viciado ou criminoso e desconsiderar os benefícios terapêuticos é leviano. 
    Porque somos hipócritas até a última ponta.