Por Emile Lira e Faustino Menezes
Para
muitos, dia de rock é todo dia, mas o calendário reserva uma data especial para
um dos ritmos mais empolgante do planeta, esse rebelde filho do R&B,
jazz e country. A origem vem lá da década de 80, num festival realizado
simultaneamente em duas cidades dos Estados Unidos, onde vários artistas
subiram ao palco em prol do fim da fome na Etiópia. Muitos eventos assim
aconteceram nessa época, mas esse, em 13 de julho de 1985, foi o que conseguiu
maior arrecadação. E mesmo que hoje não se tenha nenhum registro visual dos
shows, a data ficou marcada como o Dia Mundial do Rock.
Desde os
tempos de Chuck Berry e Little Richard, explodindo com o faça você mesmo, lema
do punk setentista, reunir bateria, baixo, guitarra e álcool pode dá bons
frutos. Dos Beatles a Nirvana, de Rolling Stone a Iron Maiden, chega a ser quase
incontável, são do rock os grandes nomes sagrados da música mundial. Até mesmo
na chamada terra do samba e do carnaval, mestre Raul pode se orgulhar dos
discípulos, seja com Renato, Cazuza ou Cássia Eller.
O ritmo é
imortal por essa sua capacidade de inovar e transcender gerações. E hoje, com
tantas novas – e ótimas – bandas que vêm surgindo, podemos sim afirmar que o
rock não morreu, e o pai Elvis deve estar feliz.
COMEMORAÇÕES Para comemorar a data,
Salvador tem programação especial. O Rock Concha leva na sexta-feira (13) à
Concha Acústica do Teatro Castro Alves a baianíssima Cascadura e Agridoce, dupla formada pela cantora
Pitty e pelo guitarrista Martin Mendonça. Sábado (14) quem sobe no palco é
Vivendo do Ócio, uma das bandas soteropolitana que mais vêm ganhando destaque
no cenário nacional, e Titãs, ícone do rock brasileiro. E para fechar o evento,
no domingo (15) é a vez de Frejat e Maglore saudarem o Dia do Rock.
CAMAÇARI Já na cidade da árvore
que chora, a comemoração acontece no domingo (15), quando bandas da cidade se
juntarão a algumas convidadas. Psicopop, O Manto e Diário Urbano dividem palco
com Pastel de Miolos, Velotroz, Camarones Orquestra Guitarrística e Vivendo do
Ócio. A festa acontece a partir das 15h, no Espaço Armazém.
VELOTROZ NO DIA
MUNDIAL E para saber mais do que pode acontecer no Dia Mundial do Rock
2012 em Camaçari, conversamos com Giovani Cidreira, vocalista, violonista e
compositor da Velotroz, ele nos contou o que a banda do futuro prepara para a
apresentação.
No currículo, o grupo
carrega dois EPs bem sucedidos e aceitos pela crítica e público, shows
enérgicos e fora do comum. A Velotroz dispensa qualquer apresentação, mas nunca
é demais lembrar que a trupe, formado por seis jovens e talentosos músicos de
Salvador, ganhou uma das competições mais desejadas por bandas baianas do
estado: Desafio das Bandas do Grupo A Tarde, com um júri que contou até com o
músico Fábio Cascadura, outro que dispensa apresentação.
Os músicos se
preparam pra vir pela segunda vez em Camaçari, mas pela primeira vez com uma
responsabilidade tão grande como a de tocar no Dia Mundial do Rock ao lado de
bandas importantes do rock baiano na cidade do Pólo.
Alternative-se: A
banda acaba de lançar o EP A Banda do Futuro Apresenta: Espelho de Sharmene, e
já estreou o repertório novo em show no Teatro Vila Velha, correto? Além do
set-list, o que irá mudar na banda do último show em Camaçari para o do Dia
Mundial do Rock?
Giovani Cidreira: Sim, lançamos o EP Banda do Futuro Apresenta Espelho de
Sharmene e o show "Espelho de Sharmene". Nesse show tocamos as
músicas dos dois EPs que temos lançados e algumas músicas de gente que agente
acha que sempre valerá a pena ouvir, como Sergio Sampaio e Arnaldo Baptista. As
coisas mudaram. Agora nós tocamos apenas com o propósito de alertar as pessoas
das coisas que viram no futuro, da falta de proximidade entre as pessoas, da
falta de urgência no amor. Finalmente revelamos nossa missão aqui. Salvar o
futuro da desilusão.
A: Como vocês se
sentem em fazer esse show dia 15?
GC: Esse é o terceiro show que vamos fazer com esse novo EP, estamos
com muita vontade de tocar essas musicas e de contar para as pessoas o que vai
acontecer daqui pra frente com nossas vidas. Além do mais, estávamos com
vontade de voltar a Camaçari faz tempo. A cidade tem uns bares legais e a
galera é muito receptiva... Um barato.
A: Até hoje vocês
lançaram dois EPs (Parque da Cidade e Espelho de Sharmene) e já estão com um
álbum prontinho pra ser lançado. Tocarão alguma música do disco no show?
GC: Só tocaremos músicas dos trabalhos que já foram lançados. Da
ultima vez que estivemos na cidade nós tocamos todas as musicas do disco novo,
(risos). Combinamos não fazer mais isso. Quem foi, foi! (risos).
A: Dia Mundial do
Rock: como vocês enxergam essa data atualmente? E qual a importância dela?
GC: Eu acho legal, (risos). Esse dia me faz pensar... “Eu tenho uma
banda de rock, que legal”. Faz pensar como isso é difícil e ao mesmo tempo tão
bom. É como no dia do samba. Eu adoro.
A: E voltar em
Camaçari? Como foi a primeira vez e o que esperam do dia 15?
GC: A primeira foi uma loucura. Nós tocamos todas as músicas de um
disco que ainda nem lançamos, fizemos boas amizades, brigamos e ficamos doidos
mesmo, né? Eu virei fã da cidade.
A: Vai rolar algo
especial pra esse show?
GC: Sharmene prometeu aparecer, isso é difícil, espero que role.
A: Vocês são de
Salvador. Qual a diferença do público de Camaçari pro soteropolitano? Se é que
há diferença.
GC: A
diferença é que estamos tocando pra pessoas que de repente não conhecem a
Velotroz, ou nunca foram num show nosso por morar em outra cidade, mas que
gostam muito da banda e sabem cantar as músicas e tal. Isso torna a coisa toda
mais interessante pra nós. É legal ver rostos diferentes.
A: E como é tocar com
a Vivendo do Ócio, que está se destacando cada vez mais no cenário musical
nacional?
GC: É bom saber que vamos ter esse publico lá, de pessoas que de
repente não conheceriam a Velotroz agora. Já tocamos com a Vivendo (do Ócio)
outra vez, faz tempo, muita coisa mudou, eles mudaram, nós também. A galera é
doida, vai ser legal.
A: E a ansiedade? Está
muito grande?
GC: Sim... Parece que vai ter muita gente lá no dia, vamos tocar com
um pessoal bom, danado ‘mermo’. Nós gostamos da cidade, adoramos ir a Camaçari
pra tocar. Espero que agente faça um bom show, quero que o povo goste, e que
ouçam os ensinamentos da tecnologia divina Sharmene. Um beijo pra vocês!