quarta-feira, 27 de julho de 2011

Hollywood sem clichês

   Dirigido por George Clooney em 2005, ‘Boa Noite e Boa Sorte’ é um longa-metragem norte-americano com duração de 93 minutos. O filme narra a história de um ancora de telejornal, que, em plena era do macarthismo, tenta posicionar-se de forma imparcial. Porém, Edward Morrow, o jornalista, acaba revelando táticas e mentiras utilizadas pelo senador Joseph McCarthy em sua caça vermelha, perseguição aos comunistas que, supostamente, estavam infiltrados no sistema. Desta forma, o senador começa a intimidar Edward, o que fomenta um confronto perigoso.
   Situado nos anos 50, a obra transpõe a idéia de que informação e conscientização podem resultar em transformação e mudanças ideológicas. Questiona o poder que a televisão exerce sob o comportamento social e sua responsabilidade frente a essa problemática. Além disso, ousa discorrer sobre a situação dos Estados Unidos pós Segunda Guerra e a real face do jornalismo com a sua farsa da imparcialidade.
   Nas cenas filmadas em preto e branco: poucas ações, porém muitos diálogos, construídos de forma impecável, preciso. O uso acertado do silêncio dá o toque dramático às cenas, as pausas estratégicas constroem o ritmo do filme. Bem pontuados e ágeis, os diálogos ajudam a compor a história, juntamente à fotografia elaborada, aos enquadramentos inusuais e ao roteiro bem construído.
   Desta forma, as falas são os principais componentes do filme, são elas que carregam o ‘Boa Noite e Boa Sorte’, trazem as informações, as idéias e o conceito artístico. Por sua vez, os atores incorporam com perfeição os personagens, estes, tão ricos em detalhes e história, o que torna o filme uma produção minuciosa e sofisticada.
   Com eficiência, Clonney produziu uma obra densa e ousada, fugindo das características clichês das grandes produções hollywoodianas, denunciando uma problemática complexa e delicada, trabalhando sempre nas entrelinhas e sem a necessidade de fazer uso de uma linguagem direta. 


sábado, 23 de julho de 2011

Cadê minha paciência?

- Que tipo de música você gosta?
- Rock (pra evitar ser mais específica)
- Que tipo de rock? Pop rock?
- Não, indie rock  ¬¬
- Não conheço, diz aí umas bandas que curte.
Eu, imaginando que seria mais fácil a pessoa conhecer, cito: - Sabe The Smiths?
- Não.
- Strokes? Arctic Monkeys? 
- Mas você só gosta de banda gringa?
- Não ¬¬
- Diga aí umas bandas nacionais.
- Móveis Coloniais, Mombojó, Gram, Moptop, Velotroz.... 
- Não conheço nenhuma. Não tem nenhuma banda conhecida?
Já perdendo a esperança: - Então... conhece Los Hermanos?
- Ah sim, aquela do Ana Júlia?
- É ¬¬
- Conheço. É pop rock mesmo, né?
Aí eu desisto.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Eu não sou onisciente

  
 - Emile, você soube do acidente que aconteceu? Você viu não-sei-o-quê que rolou? Você sabe sobre o show de uma-banda-que-você-não-gosta? Da formiga que foi esmagada? Do engarrafamento? Da folha da árvore que caiu?

   Para qualquer uma dessas perguntas, se eu disser simplesmente que "não, não sei de nada", geralmente gerará essa reação: "você num faz jornalismo? deveria saber".

   Jornalista tem que está bem informado, sim. Um chefe meu dizia que ser um bom jornalista não é escrever bem, porque isso todo jornalista tem que fazer, ele tem que ter boa informação. Isso é uma grande verdade, que certamente levo como dica ótima pra minha carreira; por isso, busco me manter bem informada, leio jornais, acesso sites, assisto telejornais (confesso que só não ouço muito rádio), considero-me, por sinal, uma pessoa que busca informação e está por dentro das atualidades. Mas uma coisa é está bem informada, outra coisa é saber de toda e qualquer coisa que aconteça. .
   Pois é isso que cobram de você, sua família, seus amigos, seus colegas e as vezes até seus conhecidos, querem que você, porque estuda jornalismo, saiba desde quem foi o presidente eleito no país perdido das ilhas de não-sei-onde, até quem foi o último eliminado do Big Brother. "Você é jornalista, tem que assisti a todos os programas" é o que também afirmam, mas gente, não é assim que funciona não, eu não posso ser obrigada a assistir A Fazenda, Superpop, Se Liga Bocão, ou qualquer outro programa que eu não goste, simplesmente porque eu tenho a obrigação de "está por dentro de tudo".   

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mundo Rock Show


- Quando: 16 de julho, às 22h
- Onde: Espaço Armazém (Camaçari de Dentro - Camaçari)
- Quanto: R$10 (antecipado na Casa de Taipa ou com o nome na lista, mandando nome completo e RG para mundorockshow@hotmail.com) e R$15 (no local)
- Bandas: Beatles Concert (cover dos Beatles), Aluga-se (cover de Raul Seixas), Maglore (SSA)

Realização: Capivara Coletivo Cultural + Espaço Armazém

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Intocável

Ah, não pense que eu te esqueci
Acredite no meu lamento, que em meu pensamento você se instalou
E ficou, pra nunca mais abandonar, pra nunca mais desistir de mim.
Sua lembrança é intocável, tá tatuada em minha pele e em meu peito
Não duvide das minhas palavras,
Não suplique, nem recorra a magoas
Eu te entendo, mas entenda, minha alma que sair por aí
Quer sentir tudo o que há pra viver
Não ache que é fácil pra mim
Escondido no sorriso também há o sofrer.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Coisa de gente-metida-a-cult-e-pseudo-intelectual

   Depois do artigo de Ruy Espinheira Filho, de título 'A era da mediocridade', que foi publicado no jornal A Tarde, ter causado muito alarde por aí, eis que chega a minha vez de dar o meu pitaco sobre o caso. Vivemos realmente na era da mediocridade? Tudo nos leva a crer que sim. Tenho que concordar com o articulista, estamos vivendo uma inversão de valores; e não, não é aquele velho papo de 'os valores da família estão se perdendo' (por sinal, odeio esse velho papo), refiro-me, na verdade, ao desprezo que nossa sociedade dá a cultura e a erudição.
   Uma verdade antiga, sim, mas que se intensifica e agora é espalhada através de rótulos, aquilo que deveria ser motivo de orgulho, virou motivo de chacota. Escrever um português 'menos incorreto' e gostar de ler, pode ser razão pra ser intitulado de elitista ou de, até mesmo, 'pseudo-intelectual'. Ora, ora, chegamos num ponto que ter hábitos que elevem o intelecto é tachado de 'coisa de gente metida a cult', se espalhou como vírus: gostar de coisa-escrota que é bacana, gostar de qualquer-coisa-que-não-seja-desprezível é coisa-de-gente-pseudo-intelectual.