Espetáculo onde se predomina o humor ingênuo, burlesco e popular, com toque malicioso e até mesmo picante. Mistura de comédias musicais, filmes policiais, ficção científica e humor trash. Apesar de ser considerado pela crítica vulgar e grotesco, o gênero foi bastante popular no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, sucesso de público e símbolo do cinema nacional.
As obras traziam astros das rádios, como a Carmen Mirando e Francisco Alves, além de ter popularizado a dupla de comediantes Oscarito e Grande Otelo. Usando de linguágem acessível, as chanchadas não só usavam do humor, como também denunciavam as mazelas sociais. Anedotas e o jeito malandro de falar e se comportar, tipicamente carioca, se embaraçavam com o uso de caricaturas norte-americanas.
A primeira fase das chanchadas é o período das comédias mudas; porém, quando a fala chegou ao cinema, uma enorme gama de musicais foram produzidos, dando início, assim, a segunda fase, com obras carregadas de música, encenação e cenário carnavalesco. A terceira fase do gênero, Os Carnavalescos de Atlântida, foi um período em que a companhia cinematográfica começa a abraçar também os musicais.
Sua quarta fase configura-se na pura chanchada e todos seus aspectos que a caracterizam: o uso do mocinho e da mocinha, do ator cômico e do vilão, cenas com toques de mistério, lutas e final feliz. Os musicais carnavalescos dão lugar ao tom debochado, dedicando-se às paródias a filmes norte-americanos e a política brasileira.
A última fase das chanchadas é o que se pode chamar de chanchadas B, quando outras companhias de cinema começaram a produzir filmes do gênero, mas sem conseguir alcançar a qualidade técnica das obras de Atlântida. A Herbert Richers surgiu como a rival da Atlântida e inundou o pais com suas produções. As histórias repetitivas, os bordões exagerados, falha na fotografia, na sonoplastia e na montagem, levaram a crítica a repudiar as chanchadas, apesar disso, o gênero continuava a fazer sucesso entre o público.
Inspirado nas comédias italianas e filmes europeus, surge na década de 1970 as pornochanchadas, um reflexo da revolução social que se fomentava, provocando a liberação dos costumes. Surgida em São Paulo, as pornochanchadas misturavam o erotismo numa produção super trabalhada em estética. Apesar de não haver cenas de sexo explícito, a censura da época o comparava a filmes pornográficos, retalhando alguns filmes e criando algumas exigência.
Filmes repletos de nudez e palavrões, ganhou grande visibilidade e se tornou popular, sendo produzidos por produtores independentes. Muito lucrativas, as pornochanchadas lançou alguns nomes como o de Sônia Braga, Antônio Fagundes, Reginaldo Faria e Vera Fischer.
Além da chegada do cinema novo, que trazia uma faceta mais politizada, o próprio desgaste do gênero das chanchadas o fez perder espaço. Porém é hoje considerado o período mais quantitativamente produtivo do cinema nacional.
Feito com ajudinha dos amigos da Wikipédia e da Mundo Estranho